"Sabotage 50" relembra e exalta a história do maestro do Canão

Mais de dez cantores se reuniram para homenagear o legado cinquentenário do artista paulista.
Por Miguel Santos

Em 1973, Mauro Mateus dos Santos, mais conhecido como Sabotage, nasceu na zona sul de São Paulo. O rapper teria completado 50 anos no ano passado se não fosse sua morte precoce em janeiro de 2003, no auge de sua carreira. A família do artista em conjunto com músicos de todo o Brasil, liberou nesta quarta-feira (03/04) o álbum “Sabotage 50”, que encerra as comemorações de 50 anos do cantor.

O álbum é composto por nove faixas, todas apresentando releituras de músicas emblemáticas da carreira de Sabotage. O projeto conta com participações de peso do rap nacional, como Djonga, Xis, Kamau, Bivolt, VANDAL, Yago Oproprio, Don L, Luedji Luna, Rincon Sapiência, BK’, Filipe Ret, N.I.N.A e Sant. Os convidados interpretaram e adicionaram versos a clássicos do cantor.



Dono de um dos ‘flows’ mais icônicos do rap brasileiro, o maestro do Canão viveu seu auge no início do século, após o lançamento do álbum “Rap é Compromisso!”. Seu legado é enorme, e seus trabalhos ainda são um dos mais influentes da história do hip-hop nacional.

Legado

Maurinho - como era chamado na infância - ganhou o apelido de “Sabotage” através de seu irmão, que sempre dizia “esse moleque tá fazendo sabotagem de novo”.

O rapper da zona sul de São Paulo sempre esteve envolvido com o som, mas nunca de forma profissional. Até que Rappin’ Hood e Sandrão, do RZO (Grupo de rap da zona oeste da capital paulista), deram uma chance para o cantor do Canão dando espaço para pequenas apresentações dentro de seus shows. Após algumas performances, Sabotage, até então desconhecido no cenário musical, teve a oportunidade de gravar seu primeiro álbum solo, “Rap é Compromisso!”.

O disco em si é um dos mais respeitados da história no Brasil, muito pela sua originalidade. O projeto contém 11 faixas que retratam a perspectiva de mundo que o rapper tinha, com rimas agressivas e uma métrica única, Sabotage teve a maestria de demonstrar o dia a dia de um dos bairros mais humildes do estado.

O cantor também estrelou nos cinemas nacionais, participando como ator e consultor de dois grandes filmes, “O Invasor” e “Carandiru”. É inegável que as obras e ações de Sabotage abriram muitas portas para o rap e o hip-hop como um movimento cultural, o documentário “Sabotage: Maestro do Canão” de 2015 demonstra muito como ele foi e é influente até os dias atuais.

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