Atletas olímpicos provam que ouro, prata ou bronze são muitas vezes coadjuvantes perto de histórias de superação
Por Ana Oliveira (*)

Cindy Ngamba se tornou a primeira integrante da equipe olímpica de refugiados a ganhar uma medalha (Foto: Olympics)
Todo atleta de alto rendimento tem ambições muito claras: ser reconhecido pelas suas habilidades, pela sua honra e, principalmente, por um objeto em especial, a tão sonhada medalha olímpica. Mas você já parou para pensar porque essa peça de metal, geralmente em formato circular, utilizada para celebrar algum acontecimento memorável, passou a representar esses sonhos?
O site oficial das Olimpíadas 2024, em Paris, entrevistou alguns atletas que disputaram a última edição com a seguinte pergunta: “ O que representa a conquista de uma medalha olímpica?”. As respostas foram bem variadas, indo desde a realização de um sonho de infância, até o sentimento de esperança para dias melhores.
Para o atleta venezuelano Daniel Dhers, medalhista de prata nos jogos de Tóquio em 2021 no ciclismo BMX, ganhar a medalha teve um impacto importante não só para sua carreira como atleta, mas também para seu país: “Acho que minha medalha deu esperança, muitos sentimentos positivos dos quais a Venezuela precisava – e isso me dá muita alegria. Uma medalha Olímpica pesa somente 500 gramas, porém são quilos imensuráveis para a sociedade”.
A conquista do pódio muitas das vezes também está ligada com uma história de superação, como foi o caso da boxeadora Cindy Ngamba, que tornou-se a primeira integrante da Equipe Olímpica de Refugiados a ganhar uma medalha olímpica.
Em uma entrevista para o site da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), a atleta de origem camaronesa descreveu o seu sentimento de vitória. “É uma honra e um privilégio não apenas representar a equipe de refugiados, mas também me tornar a primeira atleta a ganhar uma medalha olímpica para ela. Espero que esta medalha seja a primeira de muitas que serão conquistadas por refugiados em futuros Jogos Olímpicos”, declarou Cindy, que levou a medalha de bronze na categoria até 75kg.
“Sou apenas uma entre milhões de pessoas que foram forçadas a se deslocar ao redor do mundo e rezo para que minha história possa oferecer esperança e inspiração e mostrar que tudo é possível na vida”, acrescentou.
Daniel Dhers, venezuelano medalhista de ouro em Tóquio (Foto: Olympics)
Um toque especial na luta pelo sonho
E Paris 2024 preparou um detalhe que deixou a vida dos medalhistas ainda mais especial: em todas as medalhas da edição foram adicionados pedaços da Torre Eiffel, famoso cartão postal do país.
A homenagem partiu do governo francês, para celebrar o retorno das Olimpíadas à cidade após 100 anos. Foram preservados pedaços do ferro original, que compõem a figura hexagonal no centro da medalha de ouro olímpica.
Segundo a revista Forbes, uma medalha de ouro olímpica de Paris 2024 vale aproximadamente US$ 950, ou cerca de R$ 5.300, pesando 530 gramas. Já a medalha de prata pesa 526g, enquanto a de bronze pesa 453g.
Para muitos atletas, no entanto, o peso ou valor monetário da medalha fica, é claro, em segundo plano: a emoção de sua conquista, que representa muitas vezes luta, dedicação e história, é o que verdadeiramente faz a diferença.
(*) Sob supervisão e edição do prof. es. Caíque Toledo