O
terceiro rosto se chama Eliana Vianna (2 professores negros durante toda a
vida), professora na Universidade de Taubaté, mestre e doutora pela PUC,
conta sobre como é ser sempre a exceção nos ambientes acadêmicos sendo uma
mulher negra docente e quais foram os desafios e condições que ela enfrentou ao
escolher seguir essa carreira.
“São
pouquíssimos...acho que não chegam à 10 professores. Isso tanto no departamento
onde eu trabalho quanto nos que eu já trabalhei.” Eliana fala sobre a
incidência de colegas negros nas instituições onde ela é/foi professora,
notando a contradição entre o tamanho da população negra no Brasil e o tamanho
dos que ocupam cargos docentes. Quando perguntada sobre o por quê de isso
acontecer, Eliana dá o próprio exemplo, e diz que a falta de oportunidades pesa
muito na presença de mulheres negras em cargos como o dela: “O fato de ser
mulher, de ser negra e vir de uma família pobre sempre foram aspectos que me
impulsionaram a estudar e fazer tudo muito bem feito pois eu não queria dar
margem para questionarem meu desempenho”
A
doutora em Linguística Aplicada também fala que perceber as implicações da
negritude em sua trajetória só foi possível depois de muita terapia, e quer a
busca pela perfeição em seu trabalho foi mais uma cobrança interna do que
externa, pois sabia que era exceção nos ambientes em que estava.
