O atraso na alfabetização devido a pandemia


Alice Monte Sião

A pandemia do coronavírus paralisou todo o mundo por longos dois anos, toda a sociedade foi bastante afetada mas, pouco se ouve falar, de como as crianças se prejudicaram com toda essa paralisação. Muitas dessas crianças não tinham condições ou disciplina para assistir algumas horas de aulas online; devido a isso algumas crianças do fundamental um tiveram um grande atraso na alfabetização, alguns que tinham acabado de aprender a ler regrediram um pouco e os que tinham dificuldade não conseguiram nem começar e se sentiram mal por estarem “atrasados”.

Especialistas apontam que a alfabetização retrocedeu cerca de 15 anos, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostrou que a taxa de crianças fora da escola aumentou mais de 4% de 2019 para 2020. Segundo pesquisadores da fundação, as idades mais afetadas foram dos 5 aos 9 anos, grupo que estava tendo a melhora mais significativa nos últimos 40 anos. Os pais e familiares de crianças nessa faixa etária afirmam esses dados, eles relatam que é nítido o déficit educacional em seus filhos, muitos estão preocupados em como vai ser o desenrolar desse fato.

Os professores também estão preocupados, logicamente, mas eles não têm medo do desafio, o atraso na alfabetização infelizmente não é novidade para eles. As professoras e funcionários da escola disseram que os mais difíceis estão sendo os primeiros anos, eles afirmam que a ausência da pré-escola causou um atraso em relação a saber se comportar em um ambiente escolar. O  fato é que todos estão passando por questões  que retardam o aprendizado de alguma maneira.

Apesar dos desafios que vem pela frente as crianças não se intimidam não, Maria Luiza Monte Sião de 10 anos, aluna do 5° ano B da escola Mafalda Aparecida Machado Cintra, localizada na cidade de Campos do Jordão, se mostra confiante ao falar da volta às aulas presenciais, segundo ela esse ano com certeza irá aprender a ler e escrever, relatou que já vem conseguindo um pouco e que está fazendo aulas de reforço para ir melhorando cada vez mais. A menina está disposta a vencer o desafio e sair completamente alfabetizada da escola ainda esse ano. Seu primo, João Lucas do 3° ano, falou que acha bem mais fácil estudar na escola com os amigos e a professora. 

Esse otimismo das crianças é o que tem dado ânimo à educação infantil, é interessante perceber que esses dois anos mostraram, até mesmo as próprias crianças, a importância que é saber ler e escrever para tudo na vida. O desafio é árduo mas não podemos desistir, a pandemia atrasou o processo mas não irá impedir de acontecer. Afinal já se sabe que para melhorar a sociedade e nosso entorno a educação é essencial.