O ano de 2021 está sendo marcado por grandes evoluções no preço da cesta básica, muito disso pode ser entendido pela questão da pandemia da COVID-19, porém é algo extremamente preocupante já que o único mês do ano em que o preço diminuiu foi em abril. Para entender melhor sobre essa questão no Vale do Paraíba, o Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais (Nupes), da Universidade de Taubaté (UNITAU) realiza estudos mensais. Um dos especialistas neste assunto é o professor Mestre Moacir Afonso, formado em economia política pela PUC e que acompanha as pesquisas sobre a cesta básica desde o começo da pandemia.
Agência JO Digital: Como
foi o balanço do mês de abril?
Professor Moacir: O mês de abril chegou como alívio para os consumidores, com a diminuição considerável no preço e especialmente por ser o único mês em que o preço diminuiu, apesar disso já havia a preocupação com o preço da carne que havia aumentado, apesar disso, produtos agrícolas tiveram um aumento muito grande na produção, o que acabou diminuindo o valor total da cesta.
Agência JO Digital: Esse
balanço influenciou de alguma forma os resultados do mês de maio?
Professor Moacir: Com certeza, produtos agrícolas tiveram o maior índice de compras no ano, além disso com o aumento da carne, as pessoas buscaram alternativas como o frango que acabou tendo o seu preço bem elevado para o mês de maio, então assim como em todos os outros meses um balanço gera modificações nas compras do que clientes, o que afeta diretamente no próximo balanço.
Agência JO Digital: Existe
algum alimento presente na cesta que surpreendeu no preço deste mês de maio?
Professor Moacir: Não tivemos grandes surpresas, mas acredito que a maior diferença foi no frango, previmos que o valor iria aumentar, porém o valor foi bem superior do que pensamos, elevando a média de preço para 11% como foi possível constatar em várias pesquisas, dentre elas a do Nupes.
Agência JO Digital: Agora
com a chegada do inverno, existe alguma previsão para que o preço aumente ainda
mais?
Professor Moacir: Definitivamente, assim como aconteceu no ano
passado, os preços de produtos primordiais para a cesta tendem a ficar mais
caros durante o inverno devido à produção que acaba sendo menor, especialmente
os de origem agrícola, além do grande aumento na procura, o que inevitavelmente
irá aumentar os preços.
