Por: Mariana Sant’Ana
Quando a quarentena deu-se por iniciada, tudo mudou. O centro das cidades passaram a ser evitados, o ensino passou a ser integralmente à distância, reuniões mudaram para as plataformas de vídeo ao vivo e a interação entre as pessoas pelo celular foi intensificada. Se o brasileiro já não tinha mais o “hábito” de conversar pessoalmente, agora é que não o podia fazer mais.
Apesar dos pesares, essa mudança drástica no estilo de vida vivido por grande parte da população fez com que pudéssemos passar um tempo maior com nós mesmos, um tempo antes superlotado com prazos, atividades e rotinas – por vezes – sufocantes.
Olhar para dentro de nós, refletir um pouco sobre quem somos, o que estamos fazendo, não é fácil. Chega a ser conflituoso, melancólico e nos traz um misto de sentimentos. Pelo menos, é como tenho me sentido. Nesses últimos meses, o autoconhecimento tem sido como uma válvula de escape de toda essa crise e, por conta dele, novos hábitos têm sido cultivados.
Entre eles, busquei melhorar a minha alimentação, aprender um pouco sobre a ideia de “alimento, corpo e saúde”; procurei ler mais e voltar a antigas práticas de leitura; comecei a ver séries que há tempos estavam na aba “Minha Lista” da plataforma de streaming Netflix e comecei a me interessar por métodos de organização, como o planner, e por self-care, ou autocuidado.
Embora a rotina tenha continuado, o trabalho presencialmente (o período de home office foi de uma semana - de antemão, comunico a minha não adaptação a essa modalidade de trabalho) e as aulas da faculdade (pelo EVA – Espaço Virtual de Aprendizagem), procurei usar esse tempo de distanciamento para concentrar as minhas energias em mim mesma e em minha família.
Como citado anteriormente, não é fácil. É verdadeiramente cansativo lidar consigo mesmo, não tendo as mesmas distrações rotineiras e (talvez) aquela alegria pulsante em 100% do tempo. Momentos como esse, regados pelo terror da pandemia, pelo bombardeamento dos noticiários e pela reviravolta do cotidiano, nos deixam à mercê de nós mesmos, dos nossos sentimentos.
Nesse contexto, faz-se necessário buscar por atividades capazes de nos trazer calma, para aliviar o estresse, a ansiedade e também, evitar a depressão. Do mesmo modo, manter-se em contato com os amigos pelos aplicativos de videoconferência ajuda e nos faz perceber que não estamos sozinhos.