Produtores se queixam do preço da semente e do adubo; Inhame mais que dobrou nos últimos anos apesar de baixa inflação; Desemprego é o que afeta o consumo e números crescentes no Brasil não ajudam perspectivas econômicas.
por JP Ribeiro
A crise econômica que vem afetando o país desde 2015 está repercutindo nas feiras livres da principal cidade da Serra da Mantiqueira. Os pequenos agricultores que comercializam frutas e verduras produzem menos por causa dos altos preços das sementes. Os consumidores também sentem no bolso e na mesa os efeitos da crise. Isso está relacionado ao cenário de alto desemprego que, em 2019, atinge 13 milhões de brasileiros.
A taxa de desemprego é a principal causa da queda do poder de compra e da mudança dos hábitos dos brasileiros. Apesar de a queda estar frequentemente associada à inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) não passou de 3,75% no ano passado, uma das menores taxas dos últimos 5 anos. José Valdir Alves, comerciante da Feira do Círculo Operário em Campos do Jordão e produtor da fazendo São João, aponta que a inflação não reflete a atual queda no poder de compra que a população tem sentido. “Mesmo com inflação [dos anos 70 e 80], as pessoas compravam mais.” Ele também explica que a preferência dos grandes produtores por parte do governo também é um obstáculo para as feiras livres. “É mais fácil para quem planta milho, planta soja. Infelizmente, para o pequeno produtor, está complicado”.
Sílvia Helena Soares, que está na feira do Polo de Estacionamento há 19 anos, 13 dos quais com sua própria barraca, afirma que a crise afeta sua barraca desde 2016. “A semente está cara e o esterco também. Ultimamente, nós temos deixado de comprar sementes e replantamos”, diz. Entre os aumentos mais significativos, estão a da cebola, que subiu de R$ 2,50 para R$ 4, e o inhame, que passou de R$ 1,50 para R$ 4.
As feiras do Polo de Estacionamento e do Círculo Operário são as principais feiras livres de Campos do Jordão e acontecem respectivamente aos sábado de manhã e às quintas de manhã, nos bairros do Jaguaribe e da Abernéssia.
Você pode ouvir todos os podcasts no nosso canal no nosso canal