Pés descalços e pedras, o verdadeiro Futebol Raiz respira

Todos os grandes começaram em uma rua, terrão, um gol feito de pedras, não deixando isso se perder o Futebol de Rua ainda vive.

Por Lucas Talles



Que o Futebol é o esporte mais popular do mundo não é novidade para ninguém. Qualquer criança de qualquer parte do planeta ao ganhar uma bola já tem o extinto de chutar. O Futebol não distingue nenhum gênero, basta apenas ter alegria e vontade. Toda essa magia não nasceu em nenhum laboratório, não precisou de nenhuma tecnologia, ela precisou e precisa apenas de uma rua, pode ser esburacada, dois pares de chinelos e muita disposição. 

Em tempos de “Raiz e Nutella”, vamos falar sobre o verdadeiro futebol Raiz, o Futebol de rua. “Mãe vou ir jogar bola na rua”, aposto que você já disse essa frase diversas vezes, e partiu para o que não passava de um joguinho para muitos, mas para quem jogava era como uma final de campeonato. Os times que disputavam se autonomeavam por: Rua de Baixo contra Rua de cima. O uniforme era um time sem camisa e outro com camisa, os gols eram feitos de diversos materiais, entre os mais famosos são: chinelos, pedras, madeiras, caixotes. As regras também são bem básicas, linha de lateral são as calçadas, linha de fundo até a reta do “gol”. Se alguém gritar, “carro', olha o carro”, imediatamente o jogo é parado. Faltas são bem difíceis de serem marcadas, enquanto alguém não perder a tampa do dedão do pé, segue o jogo.

Mas essa cultura vem se perdendo, devido à tecnologia, na qual as crianças ficam presas e no máximo só o dedão da mão, talvez, ganhe um calo. Raramente ainda vemos um “futebolzinho de rua”, nos bairros mais carentes, a bola ainda é o brinquedo de fácil acesso e de muitas alegrias. Na cidade de Guaratinguetá, estão revivendo esse lado do futebol, no dia 29 de abril, no bairro da Tamandaré, será realizado o Primeiro Campeonato de Futebol de Caixote. Organizado pelo Pipoqueiro, Rafael Julien, ele quer resgatar essa tradição e propor de um modo mais profissional. “Eu cresci jogando futebol na rua, a maioria das minhas amizades foram feitas na rua através dessa brincadeira gosta e saudável”. Ele ainda nos contou um pouco de como será a organização deste campeonato. “O time vencedor levará um troféu para casa e será representante do bairro, para jogar contra os times de outros bairros, que também irá receber esse campeonato. Assim depois realizando um campeonato da cidade.”

Não há idade mínima para entrar na competição, só precisa ter um time de até 5 jogadores e se inscrever.  Com o anuncio do evento, cinco times já estão confirmados, o estudante Matheus Carvalho, de 18 anos, que irá competir nos conta como é relembrar e ter essa nostalgia. “É muito bom ter esse evento para nosso bairro, mostrar um pouco de como foi nossa infância para a criançada que hoje só fica no celular”

A alegria está nas coisas simples e essa cultura, que vem bairros carentes, contagiam todas as classes e transformam meninos em super celebridades. Valorização cultural, está cada vez mais em pauta, não precisamos ir longe para achar e valorizar, olhando para o passado e elas estão todas lá.