Por Ana Luiza Costa
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| Lucas Lourenço, 20, começou seus estudos no projeto Decolar e hoje é bolsista integral na Fundação Getúlio Vargas. |
O programa Decolar foi desenvolvido em 2007 atendendo o ensino fundamental de escolas municipais em São José dos Campos onde os alunos selecionados desenvolviam suas capacidades e aprimoravam suas habilidades através de parceiros da Prefeitura que ofereciam cursos extracurriculares para estudantes. O projeto está sofrendo uma pausa em suas unidades, que ficam divididas conforme as zonas regionais da cidade. Porém, a atual gestão municipal prometeu reiniciar as atividades do projeto no primeiro semestre desse ano, e, segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura Municipal de São José dos Campos, o projeto segue em estudos e deve ser reativado na data prevista.
O projeto contava com voluntários para dar aulas dentro das três áreas do conhecimento: humanas, biológicas e exatas. O ex-voluntário de informática Leandro dos Santos, 27, é analista de sistemas e relata que acompanhava crianças com focos e objetivos diferentes, mas que precisavam de um auxílio e instrução para persistirem naquilo que gostavam e sonhavam: ”Foi uma enorme alegria participar como voluntário do Decolar. Acredito que o projeto é uma oportunidade para muitas crianças terem contato com outras áreas e se desenvolverem intelectualmente e socialmente". Os parceiros iam desde escolas e companhias de línguas, esportes, tecnologia e informática, artes cênicas e cursos preparatórios que também eram oferecidos nas unidades dos bairros em São José como espécies de oficinas. Além de realizar palestras e eventos de cunho acadêmico e para a interação dos estudantes, o que possibilitava também o contato deles com os profissionais já inseridos no mercado de trabalho.
A coordenação das escolas municipais ficava “de olho” nos alunos, em suas notas, participação em aula e comportamento com os colegas e professores e ofereciam e encaminhavam candidatos para concorrerem às vagas no Programa Decolar. Os selecionados no processo seletivo podiam escolher sua área de interesse, e realizar os cursos em horário contrário ao da escola. Esses alunos eram acompanhados por uma equipe de professores e pedagogos, além dos facilitadores que eram os responsáveis para conseguir as aulas do programa.
Felipe Sigiane, 20, é aluno de engenharia mecânica do Insper e conta sua experiência no programa: “Participei no Decolar de aulas de jornalismo, aulas de bateria, de matemática, química, mecânica de aviões, e, dessa forma pude filtrar meus interesses dando um grande passo na escolha da minha carreira”. Para os estudantes que fizeram parte desta oportunidade, o Decolar foi a primeira de muitas portas para entrar no mundo acadêmico com uma bagagem intelectual, social e cultural abrangente e carregada de valores de pertencimento, uma vez que o desejo de contribuir para a educação foi um aprendizado que os participantes carregam até hoje: “Sou grato pelo projeto e recomendo com todas as minhas forças, inclusive, me disponho a ajudar a colocar um projeto tão lindo de volta à ativa”.