Por Laís Costa
Em São José dos Campos, interior de São Paulo, a cultura circense tem ido além da lona e da graça do palhaço. Há cinco anos a prefeitura do município tem oferecido, de forma gratuita, aulas de circo à população. Com início em 2013, em um, dos nove espaços da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, instituição gestora da cultura na cidade, as oficinas, que fazem parte programa “Arte nos Bairros”, começou a partir de uma reivindicação dos artistas da cidade.
Hoje, após a implantação da nova linguagem no programa, existem oficinas de circo em todos os espaços culturais da instituição. Ao todo são oferecidas cerca de X aulas, semanais, em nove espaços espalhados pelo município.
Para Elen Moreira, artista de circo e orientadora das oficinas de circo do programa, foi uma das pioneiras do projeto, as aulas são muito importantes porque ajudam a disseminar e valorizar o circo. "É de extrema importância ter aulas de circo nas casas de cultura, porque a gente consegue formar público, o fato de ter oficinas e ter espetáculos a gente consegue fazer uma formação de público significativa para as artes circenses".
Além da formação de público, a circense destaca como as aulas de circo podem contribuir para o desenvolvimento das crianças, que são a maioria nas aulas. "Para as crianças é extremamente rico culturalmente, extremamente rico no desenvolvimento motor, cognitivo, afetivo social e desenvolvimento de cidadania".
Hoje além de ser orientadora nas aulas de circo, Elen faz parte da Cia Circo Colorê, que é forma por 6 integrantes. Alguns, como Thiago da Silva Alves, tiveram seu primeiro contato com o circo, pelas aulas gratuitas oferecidas pelas oficinas.
Para o Thiago as aulas foram essenciais para seguir na profissão. “ Foi onde eu aprendi a base do que faço hoje, se não tivesse feito a oficina provavelmente não trabalharia com isso. ” Ainda destaca a importância das oficinas para a formação de público e um maior entendimento sobre o circo. “Uma pessoa que acha a arte circense mera diversão depois de experimentar, vê que não é só chegar e fazer, tem um trabalho duro do artista por trás de cada apresentação. ”
A Cia de Circo Colorê produz espetáculos em que as principais temáticas abordam as artes circenses, como acrobacias de solo, coreografias acrobáticas e equilibrismo, e existe há 3 anos.
Além das oficinas gratuitas, existem outras atividades voltadas ao universo circense. Como a mostra de circo ‘Além da Lona’, que acontece desde 2013, no mês de agosto e reúne diversos artistas da cidade e região, entre espetáculos, workshops, vivências e oficinas.
E em 2017 um outro projeto, polêmico, foi criado para atender os artistas que se apresentavam, de forma autônoma, nas ruas e semáforos da cidade. O “arte nas ruas”. Hoje é composto por 29 artistas, porém, no início atendia apenas oito, e todos eram malabaristas.
O projeto gerou polêmica pois, foi criado para impedir que os artistas se apresentassem de forma espontânea e em locais, considerados pelo poder público, de riscos. O “Arte nas Ruas”, segundo a instituição, foi criado visando a profissionalização e a segurança dos artistas de rua.

