A agricultura em seus diversos modos: o motor de uma nação


As explicações técnicas, econômicas ou políticas que baseiam os meios de produção agrícola ao longo do tempo, e as diferenças e empecilhos entre a larga e pequena escala.

Por Gregório Peretta


O Brasil, como país de grande área territorial e formação colonizadora, cresceu com sua base em práticas envolvendo agricultura e desenvolvimento.  Dentro das mais diferentes ações que se estenderam em meio às transformações: de cultivo para a sobrevivência, sem fins lucrativos, ou até hoje como a agricultura em grande e larga escala econômica, pequenas famílias em feiras municipais ou grandes corporações exportadoras.


Tiago Rossi, morador da pequena cidade do interior paulista chamada Itapira, trabalha com sua família (pais e tios), em uma plantação na propriedade em que vivem. Cultivam hortaliças como alface, rúcula, brócolis e cheiro verde, em um terreno de 5 hectares. Ainda que grande parte da renda seja fruto de comércio local em supermercados ou feiras, ele explica a grande dificuldade da injusta competição no mercado: “Infelizmente hoje em dia os produtores rurais e familiares como nós, sofremos com a dificuldade logística de chegar a todos os lugares necessários, e a falta de verba para investir em novos meios de produzir ou com a mão de obra do mercado. Empresas grande e com muito tempo no trabalho conseguem criar métodos para se sustentarem independente de qualquer problema maior como clima, falta de trabalho ou uma praga que a colheita sofra”. 

O agricultor ainda ressalta que é difícil colocar um preço abaixo do mercado, em virtude dos gastos: "Nós temos que competir hoje em dia com preços baixos, e manter a nossa média para conseguir um sustento. Grandes produtores conseguem vender em larga quantidade por um valor bem reduzido. Eles tem infraestrutura para colocar o preço que quiserem".

Existe uma visão errônea de que agricultores estão sempre em alta economicamente e não sofrerão com possíveis perdas. Muitas pessoas desconhecem a realidade de 70% dos alimentos que chegam à sua mesa: são produzidos pela agricultura familiar. Seria um dever valorizá-los.

Sérgio Peretta, é um engenheiro agrônomo de Pindamonhangaba e que no seu dia-a-dia lida com as dificuldades desses pequenos produtores: "Infelizmente a assistência que é oferecida pela esfera pública à essas pessoas é quase nula. Só quem realmente tem algum recurso um pouco maior, é capaz de ser assessorado por algum profissional da área de agricultura, fazendo elevar e rentabilizar as colheitas, explica.

Para ele, os empreendedores também acabam por ficar na mão de cooperativas e companhias um pouco maiores: "Hoje em dia, os pequenos agricultores sofrem propostas de cooperativas e empresas à todo tempo. É uma via de mão dupla, eles oferecem o produto e ganham a estrutura, distribuição e auxílio que precisam. Muitos, se não fizerem isso, acabam quebrando. É muito difícil um pequeno produtor operar em todas as vertentes independente de alguém".

Claro que não devemos comparar as duas enormes diferenças e características entre as indústrias. A gestão da propriedade é compartilhada pela família. O agricultor familiar tem uma relação particular com a terra, já que é seu local de trabalho e também moradia. Existe um laço mais sentimental. 

A informação com conteúdo, palestras, possibilidades de financiamento do governo, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e novas políticas públicas precisam sempre estar bem representadas para essa parcela da sociedade que, constroem a base de nossa alimentação e de uma forte economia, através de uma nobre atividade que é pouco valorizada, dão valor para o produto final, mas não para o início de tudo.