Eliane Freire e sua trajetória para se tornar a professora que ajuda profissionais do jornalismo a descobrirem seu caminho.
Eliane Freire, professora universitária há aproximadamente 16 anos, vive em uma rotina árdua. A educadora faz parte do corpo docente da graduação e pós- graduação da Universidade de Taubaté (UNITAU) e consegue ter tempo, ainda, para ajudar sua mãe, Silvia Maria Freire de Oliveira, que tem problemas de saúde.
Por Alan Kevin
Eliane, também, auxilia sua filha, Maria Luísa Oliveira Hoff, que faz e vende de brigadeiros famosos no Departamento de Comunicação Social. “Uma hora vou pifar, mas eu gosto dessa rotina, me acostumei”, desabafa Eliane. Se enxerga então, como alguém diferente. “Dentro da minha loucura, procuro fazer tudo
acontecer, me acho uma louca de fazer as coisas que faço, que falo, as aulas
que dou, sou louca de ter a vida que tenho”, afirma Eliane Freire ao olhar sua
vida atual.
Sua
filha entende a rotina da mãe não muito diferente. “Ela é professora, mãe,
costureira, enroladora oficial de brigadeiros e ainda cuida da minha avó, a
levando para todo lugar que precisar”, argumenta Maria Hoff.
Nascida em São Paulo, em plena década de 60, Eliane Freire
viveu até os 10 anos no Jardim Bonfiglioli, seu quintal, era praticamente a USP
- Universidade de São Paulo, local, que no futuro seria feito seu mestrado e
doutorado. “Eu adorava brincar naquele espaço, andar de bicicleta e caminhar.
Tive uma infância feliz!”, conta Eliane. A maioria de suas amizades eram do
sexo masculino e de maneira geral, seus hobbys se baseavam em jogar bola,
queimada, andar de mobilete e patins. “Eu tinha vida de moleque, joguei futebol
até os 17 anos”, lembra a professora. Quando criança, ela era amante dos filmes
de Indiana Jones, talvez fosse uma inspiração por conta de seu sonho, ser arqueóloga.
Isso a levou para prestar vestibular para o curso de museologia.
Após a
conclusão do curso, vieram os primeiros trabalhos, entretanto, ela gostava
mesmo, é dos bastidores do jornalismo. Um concurso na própria universidade em
que se formou lhe forneceu a oportunidade de ser auxiliar na instituição e a
falta de profissionais no departamento para darem aula, a levou direto para o
cargo de professora. “O primeiro dia em que dei aula tinha uns 72 alunos, acho
que dei conta do recado, mesmo sem a experiência”, desabafa aliviada.
A
primeira universidade que Eliane Freire entrou efetivamente foi a de Ciências
Sociais na USP. “O meu primeiro professor foi o Fernando Henrique Cardoso, aula
inaugural”, lembra com risos, embora tenha estudado apenas um ano neste curso.
Seu próximo
destino foi a cidade de Tremembé, interior de São Paulo. Eliane veio a procura
de trabalho e encontrou o curso de corte e costura, foi a solução. A partir
disso, criou seu próprio ateliê para se manter e decidiu se arriscar em Publicidade
e Propaganda, na Universidade de Taubaté, quase que marca mais um gol em sua
vida, mas essa escolha bateu na trave. Seu tempo no curso foi de um ano também,
contudo, esse foi o caminho para escolha da atual profissão. “Decidi que queria
ser jornalista quando conheci a publicidade”, afirma Eliane com convicção de
que no final, o jornalismo foi seu gol mais importante, isso aos 22 anos.
Freire
era destaque na sala de aula, uma das melhores alunas, de acordo com colegas de
sala. “Eliane aprende com naturalidade, nunca a vi aprendendo com sofrimento,
sempre tinha boas notas”, comprova o professor doutor Galvão Junior, que
estudou com Freire na época.
Eliane
costurava para muitos professores da universidade, sendo reconhecida como uma
pessoa lutadora. “Os professores me enxergavam como alguém esforçada”, explica.
Talvez, essa intelectualidade natural seja hereditária, seu pai, Rubens de
Almeida Oliveira era autônomo e trabalhava em uma multinacional, formado em
administração, era poliglota e falava cinco idiomas diferentes.
Após a
conclusão do curso, vieram os primeiros trabalhos, entretanto, ela gostava
mesmo, é dos bastidores do jornalismo. Um concurso na própria universidade em
que se formou lhe forneceu a oportunidade de ser auxiliar na instituição e a
falta de profissionais no departamento para darem aula, a levou direto para o
cargo de professora. “O primeiro dia em que dei aula tinha uns 72 alunos, acho
que dei conta do recado, mesmo sem a experiência”, desabafa aliviada.
Ao
falar de fatos mais tristes, Eliane é bem racional, como sempre foi ao se
deparar com o mundo. “As tristezas minhas são as perdas! Levo isso como um aprendizado,
o sofrimento que você vivencia hoje, é para se preparar para o que virá”, explica.
Até porquê, o que ela mais admira, é a superação! “Se uma coisa aparece na sua
vida, é porque você dá conta!”, afirma a professora universitária ao falar no
que acredita.
Com
toda sua experiência, Freire entende que o mundo está muito superficial, o que
está tornando tudo muito raso. “Os valores e as verdadeiras riquezas do ser
humano não estão no lado externo de cada um, mas sim no interno”, argumenta a
professor. Para ela, a leitura é fundamental na formação da pessoa. A
professora Eliane faz esse papel hoje em dia, deixando seu legado e ajudando as
pessoas decidir o rumo profissional. “Acredito no ser humano e em seu
potencial”, enfatiza.
A
menina que gostava de futebol na adolescência, hoje tem mais de três trabalhos
e responsabilidades únicas, ela encara a vida de maneira simples. Para ela, não
há trabalho na universidade e em sua rotina. “Quem é feliz no que faz, não
trabalha!” argumenta Eliane Freire com mais uma frase reflexiva dentre tantas
outras nessa matéria.

