Pintor fala sobre a importância das artes plásticas

“Minha arte é minha vida, é o que restará de mim quando eu não mais estiver aqui nesse plano” diz artista

Lápis de cor, grafite, giz pastel e óleo sobre tela estão sempre presentes na vida do artista plástico taubateano Douglas de Campos Costa. Bacharel em Computação Cientifica pela Universidade de Taubaté, ele decidiu transformar a brincadeira de criança como profissão, e hoje é conhecido por ter uma das maiores escolas de pintura e desenho do Vale do Paraíba.

Por Gabriela Galvão

Nascido no dia 26 de janeiro de 1977, Douglas desenvolveu o lado artístico ainda garoto, quando gostava de desenhar, recortar e pintar, e foi encorajado a seguir e sempre continuar com esse hobbie pela sua professora do terceiro ano do primário, dona Rita Querido. Com o passar dos anos, decidiu ingressar na universidade e se dedicar ao mundo dos computadores, mas seu gosto para as artes nunca ficou de lado. 

Atuando como professor de arte, sentiu-se incomodado com os limites que eram estabelecidos e viu que tinha algo a mais para oferecer para os estudantes. Após de muitas decisões e investimentos, criou a Acrópoles, uma escola de artes que ensina de pintura a óleo a desenhos em papel desde 2000, e, atualmente, conta com uma equipe com quatro professores especializados em didáticas especificas e um público composto por várias idades. 

Aos 40 anos, Douglas não tem problema em se adaptar a cultura dos jovens e tudo o que há de novo nesse meio. A Acrópoles Studio de Arte & Escola de Mangá retrata bem o gosto pessoal, é repleto de esculturas gregas feita de gesso que dão significado ao nome da escola, livros diversificados, uma sala cheia de animes, uma espécie de santuário para as miniaturas de personagens de desenho e muitas telas, de várias técnicas diferentes, pintadas por ele e pelos professores. 

Douglas Costa deixou os computadores de lado para
se dedicar ao seu hobbie, as artes
(Foto Arquivo Pessoal)
Especializado nas obras contemporâneas, realismo fantástico e uma forte influência no impressionismo, Douglas tem como mestres nomes como Rembrandt van Rijn, Caravagio, Jan van Eyck e muitos outros. Suas inspirações vêm dos lugares mais inusitados possíveis: da percepção das coisas, dos acordes que escuta, dos textos que lê e da natureza que o cerca. Geralmente, suas obras causam surpresa, descrença e admiração, pois muitas vezes quem observa não acredita que aquilo se trata de um desenho ou pintura por conta dos detalhes e cores que criam uma ilusão de realismo. Douglas gosta de explicar suas técnicas e de passar um pouco da sua realidade particular, de seu mundo interior, como mostra a pintura óleo sobre tela “Rivendell”, inspirada na cidade fictícia do escritor J.R.R. Tolkien. A realidade do artista pode ser vista em pinturas ricas em detalhes e com tonalidades fortes e intensas e que estão presentes em diversas cidades espalhadas pelo Brasil e até mesmo em lugares como Birmingham, na Inglaterra, e no país de Claude Monet, numa pequena comuna no sudoeste da França, chamada Cagnes-sur-Mer, graças aos admiradores que adquiriram suas obras mundo afora.

Sua maior satisfação, como professor, é ver o crescimento dos alunos em cada etapa do aprendizado. Douglas acredita que a pintura é uma necessidade de se expressar para si mesmo buscando o autoconhecimento interior, uma vocação para levar emoção às pessoas e a exigência para trabalhar com a arte. Alguns de seus trabalhos são estudos que servem de exemplos para os estudantes, as mais elaboradas são concepções inspiradas por aquilo que pretende fazer. 

Douglas e a equipe de professores da Acrópoles 
Studio Escola de Mangá são especializados 
em diversas técnicas (Foto Arquivo Pessoal)
Fã de Madonna, Douglas gosta de passar seu tempo livre indo ao cinema, assistindo a séries e filmes, indo a espetáculos do Cirque du Soleil, e também já se aventurou no mundo dos animes, participando de eventos e exposições com cosplay, para os quais se caracteriza de um personagem fictício da cultura pop japonesa com o qual se identifica. Dentro das artes plásticas já experimentou várias modalidades, como a prática de modelar e de fazer esculturas. O artista acredita que, hoje em dia, o preconceito com a arte está bem menor, “A necessidade de ser um profissional criativo e dinâmico coloca as pessoas na busca por essas qualidades, e só o estudo da arte pode desenvolver essas habilidades”, acrescenta Douglas. 

Douglas vê como uma tarefa difícil se autodescrever, mas se denomina como aquele que é dividido entre dois leões, entre o ontem e o amanhã, e entre o visível e invisível, salientando que elfos e egípcios do mundo antigo identificam sua verdadeira natureza. Sua obra não retrata apenas a natureza e a realidade, e sim a vida oculta e o sobrenatural, criando um universo de luz e movimento para aqueles que tiveram o gosto e os “olhos de ver”. Com apenas uma citação denomina seu ser: “Sua visão entrava pelo coração, que em seguida, dava ordens a sua mão para agir com liberdade e traçar os contornos de uma imagem mais viva do que a realidade cotidiana”. Por fim, Douglas Costa faz da sua arte a sua vida.