Especializado em Geografia, o docente Walmei Neto pôde realizar seu sonho e passar seus conhecimentos
para as crianças africanas
José Walmei de Moraes Neto é professor na disciplina de Geografia na rede municipal de Taubaté. Ser professor e dar aulas em nosso país hoje, por si só já é uma tarefa muito digna. Quando essa
profissão ultrapassa fronteiras, resulta em um trabalho exemplar e que merece ser mostrado para
todos.
Por Laura Gatti
Walmei participou de projetos do Centro de Ensino Integral (CEI), em
que teve a oportunidade de realizar um sonho muito antigo, ir para a África. Nessas viagens, ele
teve a possibilidade de lecionar voluntariamente para crianças africanas em 2014 no Quênia, e no ano de 2015, em Moçambique.
Walmei foi para esses países diferentes contribuir em projetos que têm como objetivo a
alfabetização e o desenvolvimento da criança em vários aspectos. No continente africano, em
uma escola em Moçambique que o ensino era até a 5° série, na 1° e 2° série os professores
contribuíram com todo material de alfabetização e, na 3° a 5°, trabalhavam com o
desenvolvimento do estudante. No projeto estavam incluídos vários jogos e atividades.
| O professor em companhia de uma criança na cidade da Beira, em Moçambique |
Dez anos antes de ir para o continente africano pela primeira vez, o professor diz que já tinha
muita vontade de ir para a África e poder ajudar o país. Porém, o fato de ir para dar aulas é algo
que não estava planejado, e foi se concretizando com o passar do tempo. “Creio que é um
destino a ser cumprido, um chamado de Deus”, conta Walmei.
Em Nairóbi, no Quênia, o professor trabalhou na parte psicológica, com a autoestima das
crianças através de atividades de recreação. Na capital de Maputo, em Moçambique, as aulas
eram de no máximo uma hora, disponibilizada pelo diretor para que o professor pudesse dar suas
aulas. As mesmas eram focadas na alfabetização, já Moçambique é um dos oitos países
mundiais em que a língua portuguesa é a língua oficial falada no Estado, e também houve a
realização de atividades diferenciadas com os alunos.
O docente fala que os africanos são muito
receptivos, tanto no Quênia quanto em Moçambique. “Estar com eles na escola é sempre um
momento de muita risada e diversão”, comenta.
O Quênia fica localizado no continente africano, mais precisamente na região conhecida como
África Subsaariana e possui mais de 40 milhões de habitantes. O país possui belas paisagens
naturais, com destaque para as praias, savanas, florestas, desertos, planaltos elevados, e
contribui significativamente para o turismo local e a economia do país, que também se baseia na
agricultura e reservas de pedras preciosas. Entretanto, a maioria dos habitantes do Quênia vive
abaixo da linha de pobreza, com menos de 1,25 dólar por dia.
População
da cidade de Maputo, na escola do Magude;
essa comunidade surgiu da imigração
interna em Moçambique
|
O professor Walmei já passou por várias escolas municipais e estaduais, e hoje é estatutário na
E.M.E.F. Prof. Álvaro Marcondes de Mattos, mais conhecida pelos taubateanos como a escola
Santa Catarina. Walmei também possui um perfil no Facebook. Ele confessa que nas redes
sociais consegue conhecer mais a alma e um pouco mais de cada um de seus alunos, e assim
compreender suas atitudes em sala de aula por meio do que vê na internet. “Ninguém coloca no
Facebook aquilo que não pensa”, acrescenta.
Ele também fala em que a sua vida como professor lhe ensinou sobre a natureza humana. “O ser
humano é muito complexo. Não fazemos as coisas só por fazer, há vários motivos. Alguns
motivos até são maus como a raiva e a inveja, mas tem muitas pessoas fazendo algo por amor e
com alegria”.
Como planos futuros, o educador pretende voltar à África e continuar contribuindo cada vez mais com o ensino da rede pública. Walmei ama a disciplina que dá aula, e que acertou na escolha. Antes não estava em seus planos, entretanto, para ele hoje ensinar é uma paixão. A inspiração para dar aulas vem do sentimento de saber que qualquer pessoa pode mudar, e ao dar aula em outros países, ele conta que sente muita satisfação por ter um sonho realizado e por estar contribuindo com as pessoas. Com base em suas experiências, ele diz o que ele aprendeu em suas viagens. “Aqui temos muitas coisas para nos sentir realizados, mas precisamos de muito pouco”, finaliza o professor.
Como planos futuros, o educador pretende voltar à África e continuar contribuindo cada vez mais com o ensino da rede pública. Walmei ama a disciplina que dá aula, e que acertou na escolha. Antes não estava em seus planos, entretanto, para ele hoje ensinar é uma paixão. A inspiração para dar aulas vem do sentimento de saber que qualquer pessoa pode mudar, e ao dar aula em outros países, ele conta que sente muita satisfação por ter um sonho realizado e por estar contribuindo com as pessoas. Com base em suas experiências, ele diz o que ele aprendeu em suas viagens. “Aqui temos muitas coisas para nos sentir realizados, mas precisamos de muito pouco”, finaliza o professor.