Padre Pedro de Almeida Cunha é o fundador das Aldeias de Vida e fala sobre as experiências de um projeto transformador
Ele já foi ator, professor, mas a profissão do seu coração é ser padre. E não há quem duvide da sua vocação. Nascido em Moita Bonita, no Sergipe, em 1963, Padre Pedro Cunha mudou-se para Lorena (SP) com apenas 15 anos e, desde então, permanece na cidade, onde atuou como pároco na Igreja Cristo Rei. Formado em Filosofia e Teologia, o padre possui também licenciatura em Sociologia e História, e conta que sua vocação sacerdotal se deu de maneira bem prática: “Senti que Deus me chamava, larguei tudo e O segui, foi simples assim. Depois que decidi ser padre, todas as coisas que faço, faço porque sou padre, é apenas um complemento para cumprir a minha missão”.
Ele já foi ator, professor, mas a profissão do seu coração é ser padre. E não há quem duvide da sua vocação. Nascido em Moita Bonita, no Sergipe, em 1963, Padre Pedro Cunha mudou-se para Lorena (SP) com apenas 15 anos e, desde então, permanece na cidade, onde atuou como pároco na Igreja Cristo Rei. Formado em Filosofia e Teologia, o padre possui também licenciatura em Sociologia e História, e conta que sua vocação sacerdotal se deu de maneira bem prática: “Senti que Deus me chamava, larguei tudo e O segui, foi simples assim. Depois que decidi ser padre, todas as coisas que faço, faço porque sou padre, é apenas um complemento para cumprir a minha missão”.
Por Júlia Villela
Para ele, o maior desafio da Igreja atualmente é fazer com que os fiéis vivam o Evangelho de Deus no dia a dia. Em entrevista, ele explica seu maior projeto como padre, ao lado do amigo Pedro Ivo: as Aldeias de Vida, que hoje contam com seis núcleos prontos e outros seis em formação, além de diversos aldeieiros que espalham a Palavra de Deus pelo país todo.
Qual foi a experiência mais marcante na sua história como sacerdote?
Cada dia é uma experiência marcante, sou feliz e isso me marca cada dia. Mas não esqueço o dia que fui fazer a encomendação de um corpo, e lá só havia um garoto, ninguém mais, não havia se quer quem levasse o caixão para o cemitério. Foi um dia muito doloroso.
Qual é a recompensa pessoal de ser padre?
Ser feliz. Ver as pessoas melhores depois de um atendimento, olhar para trás e ver todo o bem feito, pessoas reconstruídas.
O que são as Aldeias de Vida?
Somos uma realidade inspirada por Deus. Eu não sabia tudo o que era, hoje, ainda não sei, estou ainda descobrindo passo a passo, pouco a pouco, mas de uma coisa eu já tenho certeza: ela não é uma iniciativa minha. É, antes disto, uma iniciativa de Deus, que me requisitou para implantar algo do seu Reino no meio da humanidade, e, apesar das minhas incapacidades, pecados, falhas e quedas, ele me escolheu para esta missão. Sinto-me orgulhoso e responsabilizado por isso. Por isso, não posso dizer algo sobre as Aldeias que Deus ainda não tenha revelado, Deus conta com um ser humano falho, que precisa de tempo e de esforço para perceber a sua vontade divina acerca deste Dom, mas quando tenho a percepção daquilo que Deus revela e quer, mais que depressa corro para atualizar esta informação.
Como surgiu a ideia de criar o projeto?
Em 1993, estando em Itaici (SP), na reunião dos bispos do Regional Sul 1, certa noite, lá pelas 20h, debrucei-me sobre um bloco de papel com intenção de alinhavar alguns tópicos para um possível encontro com alguns dos jovens que frequentavam a missa e que já faziam uma formação todas as tardes de domingo. Às 4h da manhã daquele dia, quando levantei o olhar, havia escrito o roteiro, o conteúdo e a forma de tudo aquilo que tornou-se a primeira Aldeia de Vida. Sem interrupções, escrevi num só fôlego tudo o que utilizamos até hoje nesta primeira aldeia.
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| Padre Pedro apresentou o programa "Em frente" na Tv Aparecida Reprodução: Facebook |
O Sr. contou com ajuda na criação das Aldeias de Vida?
Contei com muita ajuda, Pedro Ivo e sua família foram e são parte fundamental neste processo, depois disso havia uma pequena multidão que ajudou e ainda ajuda demais. Hoje são mais de 2200 pessoas em todos estes núcleos trabalhando para que as Aldeias aconteçam. Nestes 23 anos do projeto, atingimos mais de 30 mil pessoas.
Qual o objetivo principal do retiro?
Ajudar a pessoa a encontrar-se consigo, com o outro e com Deus. Ajudar a pessoa a enxergar-se como filha de Deus, descobrindo seus valores, suas riquezas e seus limites. Despertar na pessoa o valor da sua vida, da vida do outro e de Deus, dando oportunidade para conhecer Cristo e sentir vontade de colocar-se a seu serviço. Oferecer um caminho para que o jovem possa iniciar o seu trajeto para uma conversão autêntica.
Quais são os principais fundamentos do projeto?
Somos uma realidade inspirada por Deus, que nos proporciona o encontro conosco, com o outro e com Cristo, para conhecê-Lo, amá-Lo, respeitá-Lo e servi-Lo, utilizando uma metodologia que leva em conta a formação integral da pessoa, por meio de um método moderno de evangelização, capaz de responder aos anseios dos dias de hoje. A nossa espiritualidade é uma sinalizadora para a vivência de tudo isso.
Qual a sensação de poder mudar a vida de inúmeros jovens?
Sensação de ser um instrumento para Deus, sensação de que sendo tão pequeno, pobre e pecador, como Deus é maravilhoso fazendo acontecer tantas maravilhas.
Quantos tipos de Aldeias existem, além da destinada aos adolescentes?
Aprofundamento, Crescimento, adolescentes, vida em família, aliança de vida, espiritualidade, recomeço. Aldeias de Formação contínua para quem trabalha nas aldeias: Aldeia de compromisso. Formação Cotidiana, Formação Permanente, Formações específicas.
Quais outros projetos voltados à comunidade o Sr. gostaria de propor ou participar?
Hoje já não consigo participar de mais projetos além dos que estou envolvido por meio do UniFatea, da Diocese, das Aldeias, dos ambientes virtuais de formação, da Editora que dirijo e das redes sociais. Todo o meu tempo está tomado. Mas se eu tivesse tempo, gostaria de voltar a fazer musicais para o Teatro.


