Religiosa conta sobre discernimento vocacional e formações católicas

Consagrada a uma Comunidade Católica, Raquelanne Diniz Tomaz compartilha experiências do serviço dedicado a Deus 


“Eu te escolho hoje, ó Maria, na presença de toda a corte celeste, por minha Mãe e minha Rainha. Eu te entrego e consagro, com toda submissão e amor, meu corpo e minha alma, meus bens interiores e exteriores, e, também, o valor de minhas boas ações passadas, presentes e futuras”. Esse trecho é a oração que as Irmãs da “Comunidade Servos de Maria” proclamam em devoção a Nossa Senhora.

Por Marcelo Costa 

Localizada no bairro Jardim Parateí, em Guararema, a casa de missão possui cinco freiras responsáveis por levar aos cidadãos de toda a região e as almas mais necessitadas, o amor e carinho do Coração de Jesus, com a condução e ternura do Imaculado Coração de Maria, a Mãe de Deus. Raquelanne Diniz Tomaz é consagrada há cinco anos e meio. Chamada a servir a Jesus aos seis anos, os encontros pessoais com o Altíssimo aconteceram de forma direta e silenciosa. Criada em um ambiente religioso e com exemplo de vida consagrada, Raquelanne concede uma entrevista e revela como sentiu o chamado para ser freira, bem como os desafios e graças que recebeu com a realização de formações sobre a Consagração a Jesus por meio de Maria. 


Irmã Raquelanne (Foto: Marcelo Costa)
Quando e como você sentiu o chamado para ser Freira?
Estava na missa e na hora que o padre levantou a Eucaristia e disse: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”, eu vi Jesus brilhar muito forte e senti realmente a presença Dele. A partir dali, meu coração ficou apaixonado. A partir dos 13 anos comecei a segui-Lo de forma mais radical, participando de encontros. Ele foi mostrando que meu caminho era ser totalmente Dele. 

Como aconteceu o seu processo de entrada na Comunidade Servos de Maria? 
Para entrar na Comunidade, foi o próprio Jesus que me falou quando fui a um encontro de jovens. Fui rezar a noite na Capela do Santíssimo e mais uma vez Jesus falou comigo. Ele disse: “Aqui é o seu lugar, para sempre”. A partir daí eu só fui obediente. 

Conte-me um pouco sobre o carisma da Comunidade
O carisma da Comunidade Servos de Maria é: “Viver e testemunhar o amor do coração de Jesus por meio da ternura de Nossa Senhora”. 

Quais graças você vê que ainda pode colher na Comunidade? 
Desde que entrei, as graças são muitas. Desde meu crescimento espiritual e humano. São crescimentos que não tenho palavras para agradecer a Deus tudo que Ele me proporcionou. 

No que se baseia a Consagração? 
A Consagração a Jesus, por meio das mãos da Virgem Maria se baseia em uma renovação das promessas do Batismo, que é renunciar a satanás e suas obras e ter Deus como Senhor da sua vida. É uma entrega mais radical da nossa parte a Jesus Cristo.

Desde quando existe essa prática? 
São Luís Maria Grignion de Montfort, em 1717 escreveu o Tratado da Verdadeira Devoção. Já existia essa devoção antes dele, contudo não existia nada escrito. Inspirado pelo Espírito Santo, São Luís escreveu um tratado para explicar a experiência da Consagração. 

Qual a importância da figura de São Luís Maria Grignion de Montfort? 
É de importância muito grande. Ele foi um modelo de sacerdote. Grande homem de Deus, humilde que amava aos pobres e a Virgem Maria. Vem nos ensinar tudo aquilo que viveu e sentiu com o Espírito Santo. 

Qual foi a maior barreira que te impediu de realizar as formações?
O inimigo não quer que aconteça essa Consagração. Assim como Deus deseja que as almas sejam Dele, o demônio deseja aprisionar as almas para ele. Nós que falamos da Consagração temos muitos impedimentos para levar às pessoas a graça de Deus. Calúnias, perseguições diárias e espirituais são exemplos claros. 

Por que a maior parte da população é cética com relação à Consagração? 
Essa Consagração é um tipo de espiritualidade Mariana. Então não são todos que a acolhem de forma positiva. Cada um escolhe como viver sua busca por Jesus.
Consagrados da "Comunidade Servos de Maria" reunidos na
sede, na Paraíba (Foto: Acervo da Comunidade)

Qual foi o local onde você percebeu um nível espiritual maior por parte dos cidadãos? 
Uma Consagração marcante foi em um grupo de casais em São José Dos Campos. Eu vi as grandes graças que Nossa Senhora pôde derramar naquele grupo, pois se abriram completamente. Aconteceram grandes curas e milagres. 

Como você analisa os sacerdotes que abandonam a batina? 
Analiso com muita misericórdia. Hoje, as pessoas que estão sendo mais atacadas espiritualmente são os sacerdotes e religiosos. O inimigo de Deus não está dando brecha para nos tirar da graça de Deus, por isso precisamos rezar muito mais por esses padres. 

Quais são os frutos da caracterização de 2016 como o Ano da Misericórdia? 
O Ano da Misericórdia foi um ano de muita graça para toda a Igreja. Foi um ano onde Deus abriu seu coração e disse: “Venha e beba, eu te dou o céu”. 

 O que você observa no Papa Francisco?
 O nosso Papa Francisco tem atraído muitas pessoas, por causa de sua simplicidade e cordialidade de coração. É o Papa da Misericórdia, do amor para as pessoas. 

Existem muitos que dizem que Nossa Senhora não é digna de reconhecimento. Como você analisa essa prerrogativa? 
Achar que Nossa Senhora não é digna de louvores é uma ignorância. Se o próprio Jesus deu sua atenção a sua mãe, porque nós que somos cristãos, não vamos dar. Apenas pelo fato de ser a Mãe do Salvador, ela deve ser respeitada.