Ex- jogador profissional, Sócrates Agostinho conta sobre o início da carreira, vivência e experiências no futebol
Todo garoto um dia já sonhou em um dia, ser jogador profissional, muitos desistem e poucos conseguem. Foi o que aconteceu com Sócrates Agostinho, que passou por diversos clubes como Corinthians, Portuguesa, Joinville, Guarani de Paios, Treze-PB, Braga- POR e Al- Kahf, dos Emirados Árabes.
Hoje em dia os atletas pensam apenas no dinheiro ou ainda querem jogar por amor?
Todo garoto um dia já sonhou em um dia, ser jogador profissional, muitos desistem e poucos conseguem. Foi o que aconteceu com Sócrates Agostinho, que passou por diversos clubes como Corinthians, Portuguesa, Joinville, Guarani de Paios, Treze-PB, Braga- POR e Al- Kahf, dos Emirados Árabes.
Por Lucas Azevedo
Sócrates começou como todo garoto, sem compromisso e por brincadeira. Com sua trajetória conseguiu se estabilizar financeiramente para poder ingressar na faculdade de jornalismo, hoje trabalha na Assessoria de Comunicação da Universidade de Taubaté. Em entrevista, conta sobre sua vivência no esporte e planos para o futuro.
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| Sócrates iniciou nas categorias de base do E.C Taubaté (foto: Arquivo Pessoal) |
Que pessoa te influenciou para gostar deste esporte?
Um amigo de infância que era goleiro e se profissionalizou e meu pai.
Alguém da sua família já foi jogador profissional?
Não. Meu pai e meu irmão jogaram apenas futebol amador.
Onde costumava jogar quando criança?
Na minha época não havia escolinha, somente clubes como o SESI, TCC e o E.C. Taubaté que tinham as categorias que disputavam campeonatos metropolitanos e estaduais, mas o início de tudo foi nos campinhos de várzea (jogava descalço) e nas quadras da escola e dos bairros.
Já pensou na hipótese de seguir em outra profissão?
Quando jogava, já gostava bastante de imprensa, até mesmo pela convivência, pelo contato mais próximo e tudo mais, então acabei estudando jornalismo e me preparando para seguir nessa profissão onde estou hoje.
Em que momento da sua vida decidiu tentar a vida de jogador profissional?
Cara, as coisas foram acontecendo, não tem como especificar um momento. O garoto quando está na base sonha em chegar ao profissional, ganhar a vida com aquilo que gosta de fazer, muitas vezes já está identificado com o clube, até pelo tempo em que está ali.
Porque decidiu encerrar a carreira aos 30 anos de idade?
Por motivos pessoais, familiares, foi uma decisão muito dura, extremamente difícil, mas pensei na família, priorizei isso. Porém, foi algo necessário para aquele momento. Mas, para ser bem sincero, até hoje sinto muito isso. Até nem gosto muito de falar, porque realmente acredito que não superei totalmente. Ficou faltando alguma coisa, sabe?
Como é o início de uma carreira futebolística?
Antigamente começava como uma brincadeira, tipo o garoto jogava pelo simples fato de se divertir e sonhar em ser jogador de futebol. Hoje em dia tudo mudou, as coisas andam muito diferentes, o menino já tem contrato, agentes. Hoje ele é descoberto por um olheiro e rapidamente já virou produto de negócio. O futebol hoje é negócio!
Quais as dificuldades foram enfrentadas?
A estrutura em determinados clubes, falta de pagamento, dependendo do lugar o clima também, entre outras.
Quais as dificuldades foram enfrentadas?
A estrutura em determinados clubes, falta de pagamento, dependendo do lugar o clima também, entre outras.
Como é a relação entre jogador, empresário e comissão técnica? Como isso influencia na contratação?
A relação é muito positiva desde que haja um entendimento entre todos sobre a função de cada um. Se isso acontece, a coisa flui normalmente, sem problemas, porque, um precisa do outro, as funções estão meio que interligadas de alguma forma. Agora, sobre as contratações, é uma situação normal, que acontece bastante dentro do futebol, até pela necessidade. Todos se conhecem e como futebol também é negócio.
Quais as dificuldades em ir para o exterior e deixar família, amigos para seguir o sonho?
É um pouco difícil mesmo, acredito principalmente para os que ficam, porque para o atleta é a vontade de experimentar algo novo, diferente e viver esse sonho muitas vezes ajuda a diminuir o sofrimento, mas de qualquer forma é preciso estar preparado emocionalmente.
Como foi a adaptação com o clima e idioma?
Bom, em Portugal de fato o clima, quando cheguei foi muito difícil por conta do frio e o idioma foi tranquilo, às vezes uma palavra ou outra te pega, mas nada de tão complicado.
Como que o aspecto financeiro o influenciou na carreira?
Para mim foi importante, pois parei cedo e o que ganhei no futebol procurei investir em outros segmentos.
Sabendo que a carreira de jogador de futebol é curta, como administra o dinheiro adquirido nos anos como atleta profissional?
Fiz alguns investimentos que deram certo e outros não.
Por qual motivo a sua carreira não teve uma ascensão maior do que teve?
Penso que fiz algumas escolhas erradas tanto profissionais, quanto pessoais.
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| Sócrates (agachado à esquerda), nos dias de hoje participa de jogos com amigos (foto: Arquivo Pessoal) |
Bem, penso que para quem joga futebol, o prazer, a satisfação, o amor por estar fazendo o que gosta é um fator muito importante, mas não podemos esquecer que o futebol hoje virou negócio e o fato principal que vem acontecendo é a própria família já enxerga no garoto um futuro melhor, uma vida melhor na questão financeira.
O que o Brasil precisa fazer para chegar a qualidade do futebol europeu?
Penso que mudar a gestão dos clubes de futebol, sair desse modelo padrão com presidente, conselheiros, diretoria. Afinal, hoje a nossa realidade é ver clubes falidos ou muito endividados, com dirigentes administrando mais com o coração em um formato amador e muito pouco profissional.
Qual a dica que você dá para quem tem o sonho de se tornar um grande jogador de futebol?
Se você tem potencial, acredite no seu sonho! Independente das situações que surgirem, pois serão muitas, boas e ruins, é preciso ser persistente e não pode deixar se abater com nada.


