Veterano e reconhecido na região, Antonio Carmo compartilha experiências vividas durante a carreira na Tv e no rádio
Nascido na cidade de Suzano-SP em 1958, Antonio Carmo já demonstrava o interesse pelo esporte e pelo rádio desde criança. O menino que narrava os próprios jogos de futebol de botão foi para São José dos Campos em 1973 para ingressar na equipe de esportes da então rádio Clube AM 1120.
Nascido na cidade de Suzano-SP em 1958, Antonio Carmo já demonstrava o interesse pelo esporte e pelo rádio desde criança. O menino que narrava os próprios jogos de futebol de botão foi para São José dos Campos em 1973 para ingressar na equipe de esportes da então rádio Clube AM 1120.
Por Luis Felipe Pereira
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| Antonio Carmo participou da primeira transmissão realizada realizada pela Band Vale FM em 1996 (Acervo pessoal: Antonio Carmo) |
O hoje renomado comunicador da região também passou pela rádio Piratininga antes de voltar de maneira definitiva em 1995 para a já Band Vale FM, onde permanece até os dias de hoje. Carmo desempenhou funções em diversos setores do jornalismo em sua trajetória profissional, participando da apresentação de programas como o Pulo do Gato, Jornal da Band e Ciranda da cidade. Apaixonado pelo futebol, pelo futsal, tênis, vôlei e basquete, o também apresentador do programa os Donos da Bola na Tv Band Vale tem em Milton Neves e Luciano do Vale algumas de suas principais referências no jornalismo esportivo e ainda sonha com uma rádio FM que possua uma ampla grade de cobertura dos esportes no Vale do Paraíba. Em entrevista ele comenta sobre as experiências vividas no ramo e os maiores desafios dessa profissão:
Que matéria ou situação foi mais marcante em sua carreira?
Eu me lembro de uma situação com o Muricy Ramalho. Nosso produtor ligou pra Itu e ele aceitou falar conosco por cinco minutos. (..) Então quebrei o gelo, me lembrei que o Muricy havia sido campeão da Copa Dente de Leite e de um camisa 10 que jogou com ele, o Coronesi. O Muricy se surpreendeu e conversamos por uma hora e meia. No fim da entrevista ele disse(..) que quando nós precisássemos era só ligar pra ele.
Que aprendizados o senhor teve com outros jornalistas da área?
A gente vai aprendendo no dia a dia, você vai ficando mais velho e vai ganhando experiência. Eu aprendi com o Alberto Simões, com o Robert Costa, que são mais antigos do que eu no rádio, fui aprendendo a dosar melhor o comentário, você tem que ser crítico, mas olhar o lado pessoal do prórpio jogador.
Como o senhor vê o mercado do jornalismo esportivo atualmente no Vale?
Muito ruim muito fraco. (...) O mercado está escasso, o pessoal procura muito mais TV. De rádio efetivamente nós temos a Band Vale FM, temos as outras rádios que são mais musicais e pouca coisa. O espaço de trabalho é pequeno na região.
Como se destacar em uma área tão dinâmica e concorrida como a do jornalismo esportivo no Brasil?
Primeiro é conhecer o assunto. Não adianta conhecer só sobre futebol, você tem que se especializar em todos os esportes, ter um curso de idiomas, de preferência o inglês, gostar e procurar esse conhecimento vai te fazer a diferença. E ter uma boa memória, não é todo mundo que tem, mas vai te ajudar muito.
De que maneira o senhor enxerga a desvalorização de outros esportes no Brasil em relação ao futebol?
Isso acontece em qualquer lugar.(...) Os times de outros esportes como o Vôlei, Basquete, Handebol são todos da prefeitura ou de empresas privadas. O brasileiro gosta do futebol, essa nova geração já vem gostando de outros esportes, mas não adianta, não tem espaço.
Qual a importância do contato e conhecimento de outras áreas do jornalismo na função que o senhor exece?
Você tem que conhecer tudo, você está no estádio fazendo a matéria de um jogo e de repente vê um senador, um deputado lá, não pode perder a oportunidade, por isso é importante saber como o mundo está funcionando, porque uma hora dessas cai no seu colo a oportunidade e você tem que falar sobre isso.
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| O jornalista teve contato com grandes ícones da profissão, entre eles Mauro Betting (Acervo pessoal: Antonio Carmo) |
Qual o segredo para a continuidade e a construção de uma carreira de sucesso no jornalismo?
Acima de tudo seriedade, você tem que ser respeitado. Existem duas categorias, o jornalista temido e o respeitado, e eu me coloco na segunda categoria. Você tem que ser sério, correto e não deixar de criticar, mas com propriedade e educação.
Qual a importância da pesquisa constante e do aprendizado sobre a história dos esportes para um jornalista que atua nesta área?
Você tendo uma boa memória, vai facilitar em uma entrevista de emprego, vai te ajudar eventualmente. É muito importante conhecer a história e de preferência ter isso na cabeça, se não tiver, pesquisar e nunca ir para uma entrevista desinformado.
Quais foram as maiores dificuldades de adaptação ao posto de apresentador de televisão?
Quando surgiu a oportunidade, o Cláudio Nicolini me chamou e eu falei não, televisão não é comigo, não tenho cara para isso, mas aí eu pensei bem e vi que não poderia perder essa oportunidade. Eu já tinha feito algumas participações em televisão, então fiz uns pilotos e eles falaram que eu estava maravilhoso. Eu não senti diferença e já estamos com o programa há sete anos.
Que melhorias implantaria no modelo de jornalismo esportivo do Vale do Paraíba?
Aqui na região nós temos pouca coisa de jornalismo esportivo.(...) No rádio a gente precisava ter conteúdo, produto pra transmitir, um futebol competitivo na região, por exemplo. Se a gente tivesse um Taubaté, um São José, um Guará jogando o ano inteiro, abriria espaço para contratar gente nova, isso é uma coisa que falta para nós.


