Bailarina jordanense tem se destacado em palcos nacionais e internacionais


Sob passos promissores, Thaís tem investido cada vez na carreira no Ballet Clássico, e se não falta técnica, também não falta amor pela dança 
 Por Jaíne Monteiro 

Nascida em 24 de Outubro de 1997 na pequena cidade de Pedro II, no Piauí, Thaís Santos é jordanense de coração e vem se dedicando para conquistar espaço nos palcos ao redor do mundo.

Ainda com 19 anos, embarcou rumo à sua primeira viagem internacional para dançar na The School Of Cadence Ballet, no Canadá, mas pretende alçar vôos cada vez mais altos. O amor tomou conta logo cedo. Aos oito anos de idade, teve seu primeiro contato com a dança. Como aluna de um projeto social realizado pelo Centro Cultural Vanessa Ballet, na EMEF “Dr. Antônio Nicola Padula” Thaís teve oportunidade de realizar o sonho de ser bailarina. Após idas e vindas no ramo, imprevistos e outros acasos, voltou para ficar. Ou melhor: para dançar! Já na Fundação Lia Maria Aguiar, um pouco mais madura e com mais técnica, acredita que esse foi o primeiro passo para uma carreira promissora.  
A bailarina também já foi premiada
em festivais regionais.

Quantos festivais e audições você já participou? 
No ano de 2013, participei do Seminário Internacional de Brasília, onde eles observam a aula e no palco, porém eu era muito nova, tinha só 15 anos, era muito inexperiente. Para mim era tudo uma novidade porque foi a primeira vez que fui dançar em outro lugar. Em 2014 eu comecei a participar de festivais em São Paulo, em Taubaté, em São José e muitos outros. Em 2015 eu fiz uma audição para a Gala Clássica Internacional, que é organizado pela bailaria Priscila Yokoy. Foram três dias de aula no Teatro Municipal de São Paulo e eu nunca imaginei que eu fosse dançar naquele teatro, então foi um sonho realizado. 

Como foi o processo que antecedeu o intercâmbio? 
Não teve muita preparação específica. Era uma audição na escola em que eu faço as aulas, aí eu fiz e essa audição era gravada, então vieram meninas de outras cidades também pra fazer essa audição. Foi uma aula gravada, que depois foi enviada pra Kurtney, do Canadá, que é a diretora da School of Cadence Ballet, onde foi concedida a bolsa. Ela poderia dar só uma bolsa integral de estudos, que no caso, ela deu para mim. 

Como foi o dia da aula? 
No dia da audição eu estava um pouco nervosa porque eu nunca tinha feito uma audição internacional e eu não estava com muita expectativa . Achei que não ia dar em nada porque eu já tinha pesquisado sobre a escola e lá as meninas têm um nível muito avançado pra pouca idade. Depois de uma semana, minha professora me mandou uma mensagem falando que eu tinha ganhado essa bolsa integral, mas mesmo assim ainda não fiquei com expectativa, porque eu não ia ter condições de bancar uma viagem dessas, porque é muito caro, mas a partir disso, recebi todo apoio necessário da Fundação. 

Como foram os preparativos para a ida ao Canadá, no sentido burocrático e financeiro? 
Em Maio, eu soube que tinha ganhado a bolsa e o Summer aconteceria em Julho, porém eu não tinha nem passaporte. Fui fazer os documentos, fiz o passaporte emergencial e em menos de 15 dias estava pronto. Tive problemas com o visto e uma empresa paga pela fundação providenciou tudo para que saísse mais rápido. Prorrogaram minha ida para Agosto, e mesmo assim não tinha dado certo. Depois adiaram pro dia 17 de Setembro, que foi a data em que eu finalmente consegui embarcar. A Fundação também custeou minhas passagens com a data do dia 17, mas sem saber se o visto iria sair a tempo ou não, faltando uma semana para o embarque, o visto saiu, mas eu não tinha nada pronto ainda. Foi uma surpresa pra mim, mas no final deu tudo certo. 

Como você fazia as aulas ministradas em inglês? 
No ballet clássico eu não sofri tanto, porque os nomes são iguais em qualquer país. O que mais foi puxado foi o ballet moderno, porque a professora só falava e tinha muita improvisação, já as aulas coreografadas eram normais. No caso das aulas de improvisação, a professora falava e eu ficava cheia de pontos de interrogação, então normalmente ela pedia pra eu ver as meninas fazendo e ela fazia muitos gestos também. Então, por exemplo, quando tinha que movimentar só as mãos, ela mostrava e gesticulava. Ela usou bastante o Google Tradutor para falar comigo. 

Qual foi o seu maior aprendizado com a dança até agora? 
Superação. É preciso superar as dificuldades, porque ninguém é perfeito, ninguém é isento de dificuldade. Com o ballet você se torna mais focada nos seus objetivos, mais determinada. No Canadá, além de técnica, ganhei experiência pessoal. Voltei mais comunicativa, porque sempre fui uma pessoa muito tímida. Hoje eu me considero mais comunicativa e acho que foi o que eu mais aprendi lá. 

Em apresentação no espetáculo promovido pela Fundação
Lia Maria Aguiar, de Campos do Jordão.
Qual dica você dá para as meninas que vivem o mesmo sonho que você? 
Minha orientação é ter amor pela dança. Se dedicar pela aula e é o que forma o bailarino. Tudo acontece na sala de aula. Ter foco, determinação... Ignorar as pessoas que te “humilham”. Sempre tem as pessoas que querem te ver mal, querem te ver no chão. Ter humildade e não dizer que não consegue. Tem que pensar positivo, porque um dia tudo vai acontecer. Tudo é questão de tempo também.