Professor de língua inglesa fala sobre a sua carreira

Morando nove meses na Austrália, Guilherme do Nascimento conta como foi a sua viagem em busca do seu diploma de professor

Guilherme do Nascimento, de 31 anos, nasceu em Taubaté, interior de São Paulo, tem um irmão e sempre morou com os pais, mas atualmente mora sozinho. É formado em Administração de Empresas com ênfase em comércio e exterior, pela Universidade de Taubaté (Unitau).

Por Lucas Nascimento

Guilherme é apaixonado por histórias de super-heróis, por filmes de todos os segmentos e tem uma paixão em sua vida: o Inglês. No ensino fundamental e médio, Sempre foi estudioso e levava a sério essa questão de aprender a língua inglesa, nas escolas que estudou. Com um objetivo em mente, desde a sua adolescência, de “Eu vou morar no exterior”, realizou esse sonho em 2009.

Morando por nove meses em Sidney, na Austrália, Guilherme foi com o objetivo de estudar e conseguir o seu diploma, para quando voltasse para o Brasil, pudesse exercer a profissão de professor de inglês sem nenhum problema. Trabalhando como garçom em alguns restaurantes e tendo uma vida totalmente diferente, Guilherme sofreu um pouquinho, mas valeu muito a pena. Fazer esse intercâmbio na Austrália não estava em seus planos, mas na entrevista ele explicou o porque.

Vale Repórter – Quais são os desafios de ser um professor de inglês?

Foto: Arquivo pessoal
Guilherme Nascimento – Bom, o primeiro deles é dominar aquilo que você está transmitindo para ensinar o aluno. O segundo é a remuneração, experiência e qualificação profissional.

VR – Por que escolheu seguir essa profissão?

Guilherme – Na verdade eu sempre admirei a língua inglesa e me dediquei a dominar ela. Meu objetivo principal foi transmitir para os alunos o que eu aprendi e é satisfatório ver alguém aprendendo com você, ver o resultado do seu trabalho ser refletido em alguém que assim como você batalhou para aprender o idioma, acaba aprendendo tão bem quanto e ate às vezes melhor do que você.

VR– Dar aulas, sempre foi um sonho profissional? Por quê?

Guilherme – Na realidade, dar aulas foi uma consequência profissional, que assim, como eu terminei meu curso de inglês aqui em Taubaté, antes de eu viajar para fora, eu me dei bem nas aulas e os professores me indicaram, dai comecei a dar aulas mais por brincadeiras mesmo, não com uma pretensão profissional, mas isso acabou crescendo e tornou uma segunda profissão para mim.

VR– Qual é a relevância da língua inglesa? Qual é seu diferencial na vida profissional?

Guilherme – Tem aquela máxima que todo mundo fala né, que sem inglês ninguém vai conseguir um emprego. Sim, a relevância do idioma é muito grande, pois para as grandes empresas multinacionais e demais empresas, o inglês abre muitas portas, pois o idioma mais utilizado por eles é o inglês, para facilitar a comunicação. E já o diferencial, para empresa é mais fácil contratar uma pessoa que já tenha um domínio sobre o idioma para a facilidade de comunicação com todos.

VR– Por que escolheu Austrália para ter a sua formação profissional?

Guilherme – Na verdade, sempre tive vontade de morar em outro país, mas quem mudou praticamente esse meu sonho foi um professor, Peter o nome dele, que veio dar aula na mesma escola onde eu dava aula também, dai vendo fotos, vídeos, conhecendo melhor Sidney e demais cidades, fiquei totalmente encantado e decidi ir fazer o intercâmbio lá.

VR– Se você não tivesse morado na Austrália, qual outro lugar você escolheria e por quê?

Guilherme – Londres. Meu sonho sempre foi morar lá, mas dai conheci melhor a Austrália e decidi ir pra lá.

VR– Quais diferenças você sentiu, em morar tantos meses em um país do outro lado do mundo?

Guilherme –Foi complicado, pois o primeiro impacto foi largar a minha vida que eu tinha aqui. Foi um impacto muito forte, fiquei triste, com medo, mas tirando isso, precisei me acostumar com o fuso-horário, tive que me adaptar em um novo estilo de vida, no qual fez eu transformar em uma outra pessoa.

Foto: Arquivo pessoal
VR– Quais as principais barreiras que esse idioma enfrenta no Brasil?

Guilherme – Então, a primeira barreira seria solidificar o ensino na rede publica e na rede básica, nos primeiros passos do aluno e segundo deveria ser facilitado para um nível geral do pais a questão de qualificação para aquisição de certificados internacionais.

VR– Atualmente, você esta trabalhando com o que?

Guilherme – Faz sete anos que estou na Volkswagen do Brasil e sou analista de custos da Volkswagen de Taubaté, comecei como montador de produção, e agora sou analista de custo e faço controle de despesas da fábrica.

VR– Qual é o seu “herói” predileto, nesse mundo dos quadrinhos?

Guilherme – O meu preferido é o Superman, pela metáfora que ele representa. Acho que nós teríamos que tirar uma lição dessas historias lúdicas. Eu acho que a metáfora mais forte que o personagem transmite, é buscar sempre ajudar o próximo, então para mim, isso é um conceito de ser herói.

VR– Qual a receita para acabar com o que está ruim atualmente no país?

Guilherme –Vou tentar ser breve e objetivo. Pensar mais no próximo, e parar com essa questão de discurso de ódio que as pessoas estão tendo.

VR– Qual projeto profissional ainda pretende realizar?

Guilherme – Talvez uma meta pessoal, mas atuar mais nessa parte de ajudar as pessoas. Fazer algum projeto social para crianças e jovens para que aprendam com facilidade o inglês e o principal é devolver para o mundo um pouco do que eu aprendi. E fazer com que esse ensino da língua inglesa seja mais aberto ao publico, ter um acesso mais fácil e não ser tão restrito.