Jornalista fala sobre as dificuldades encontradas no cotidiano do Jornalismo Impresso

O jornalista do jornal O Vale, João Paulo Sardinha, destaca os desafios de trabalhar com jornal Impresso

Formado em jornalismo pela Universidade de Taubaté, João Paulo Sardinha atualmente exerce a função no jornal O Vale. Ele conta que a possibilidade de você aprender coisas novas diariamente, sobre os mais diferentes assuntos e o que mais o surpreendeu durante a sua trajetória jornalística.

Por João Vitor Maciel


Natural de São José dos Campos, cidade localizada no vale do Paraíba, interior de São Paulo, o jornalista de 30 anos tem passagens em vários veículos de comunicação do estado de São Paulo e Rio Janeiro, entre eles, jornal Bom Dia, Lance. Sardinha cursou o ensino fundamental em escola municipal, depois concluiu o ensino médio na Univap (Universidade do Vale do Paraíba). Antes de estudar jornalismo, ele pensou na hipótese de ser veterinário até o último ano do ensino médio. Atualmente o jornalista garante que o contato com animais acontece apenas de forma amadora, porém João Paulo afirma que se não fosse jornalista gostaria muito de cursar História. A ligação com jornalismo vem desde a infância, era de costume comprar revistas e jornais, principalmente de editoria esportiva. Mas, quando criança, não imaginava que essa paixão pudesse ser uma profissão. Atualmente, João Paulo atua como repórter de política no jornal O Vale e nas horas vagas passeia com a família, brinca com os cachorros e lê bastante. As quartas e aos domingos dedica um tempo para assistir jogos do Corinthians.


Vale Repórter - Como é sua rotina de trabalho no Jornal O Vale?

João Paulo Sardinha - Sou repórter de política. Pela manhã, em casa, leio quatro jornais (O VALE, Folha de S.Paulo, Estadão e O Globo). Depois, faço ligações para algumas fontes e levanto pautas para o dia. Em seguida, mando sugestões de matérias para o chefe de reportagem. Tudo isso antes das 10h. Vou para a redação às 15h. Lá, depois da reunião de pauta dos editores, começo apurar as matérias que irão entrar na edição do dia seguinte. Entrego os textos por volta de 21h. Em dias de sessão de Câmara, o fechamento costuma ocorrer mais tarde.

Como é feita a divisão de editorias e temas pautados no dia a dia do Jornal O Vale?

Temos dois jornalistas de Política, um de Economia, três de Cidades, um de Esportes e outro de Cultura. As pautas, por assunto, são distribuídas para esses repórteres.

Qual a importância das redações de jornais?

É na redação que existe uma estrutura de apuração, com jornalistas, telefones, carros de reportagem e fotógrafos. É isso que permite um fato chegar até o consumidor de notícias.

Como você imagina essa mídia impressa no futuro?

O que será da mídia impressa é um exercício de futurologia. Difícil prever. O consumo de jornais vem caindo e vai diminuir ainda mais. Se vai acabar, não sei dizer. Mas o Jornalismo é eterno. Sempre haverá gente interessada em saber e gente interessada em contar. O que muda são os modos de consumo. Hoje, porém, ninguém pode afirmar com 100% de certeza qual será o futuro do jornalismo impresso.

De que maneira o jornal continuará a existir com o aparecimento de novidades tecnológicas?

O jornal chega às bancas apenas no dia seguinte ao fato. Ele, portanto, precisa apresentar algo a mais. Isso pode ser uma informação nova ou uma análise mais profunda. Ainda há gente querendo ir além do superficial, mas temo que esse grupo seja cada vez menor. Uma coisa é certa: tentar concorrer com o jornalismo digital é assinar o atestado de óbito. As mídias precisam se unir.

O que precisa evoluir no impresso?

A linguagem. É preciso oferecer uma plataforma mais agradável de leitura. Apresentar a informação em infográficos, melhores fotos e textos menos rebuscados. O desafio é fazer tudo isso com equipes cada vez menores. Mas aquele jornal com textos enormes e fotos pequenas tem cada vez menos futuro.

O que mantém o jornal impresso? Qual público esse meio de comunicação atinge?

Atinge um público de elite, que paga para receber informação. Quem assina jornal e revista, ou vai até a banca, desembolsa uma quantia para se informar. O rádio e a televisão oferecem tudo de graça. Eles, portanto, têm um público mais amplo.

Como é possível encontrar alternativas para que o impresso sobreviva com o crescimento das mídias digitais?

Essa é uma resposta que todo mundo ainda procura. Hoje, as pessoas se informam pelo Facebook e pelo WhatsApp. Os jornais impressos precisam acompanhar essa tendência. Das informações compartilhadas nas mídias sociais, muitas são de meios impressos tradicionais, como Folha de S.Paulo e Estadão. Essas marcas, de certo modo, têm credibilidade. Transformar esse histórico em dinheiro é a grande questão. Ninguém achou essa resposta.

No passado, o jornal já foi uma das principais mídias se não a principal. O que causou esse declínio?

A evolução tecnológica. Mas a internet não afetou só o jornal impresso. Ela afetou a TV, que perde público para o Youtube, por exemplo. Afetou as companhias de telefonia móvel, já que ninguém manda SMS. Todo mundo manda mensagem e faz ligação via WhatsApp.

Em qual cenário ou em quais mídias os jornalistas estarão mais atuantes o futuro?

O futuro está no digital. Sem dúvida.

O que todo jornalista deve saber a respeito da tecnologia para atuar hoje em dia?

Ele precisa estar ligado em tudo. Eu não gosto de Snapchat, mas preciso ao menos saber o que é. Ter noção que hoje a garotada usa essa ferramenta para, inclusive, buscar informação.

Qual a importância das redes sociais para a atividade profissional de um jornalista atualmente?


Se todo mundo está nas redes sociais, as informações também estão lá. Então, é imprescindível se fazer presente, até para saber o que acontece. Mas ali é apenas o começo de uma apuração. Ir para a rua e usar outros meios de apuração ainda são extremamente importantes.