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| A pequena Beatriz é o presente do casal |
Em 03 de setembro de 2011, a advogada Natália de Cássia e o companheiro Rafael Teixeira deram início a vida de casados. 3 meses depois da cerimônia, em uma consulta de rotina com sua ginecologista, a advogada descobriu que tinha uma doença chamada Endometriose, que poderia prejudicá-la na geração de um bebê. 5 meses depois do diagnóstico, o casal decidiu que era hora de tentar ter o tão sonhado filho. Natália engravidou, mas após 1 mês, perdeu o bebê. A felicidade se tornou decepção.
Por: Marcos Fernandes
Passados dois meses, Natália tentou mais uma vez e conseguiu engravidar novamente. A gestação estava seguindo bem, o ultrassom revelava as batidas do coração do feto e o casal contemplou seu filho sendo finalmente formado. Mas, infelizmente, Natália perdeu o bebê após 10 semanas e a dor de permanecer no hospital durante a recuperação fazia tudo ficar ainda mais difícil. O médico dizia que sofrer até três abortos era normal, mas Natália não se conformava.
Decidida a tentar descobrir o que havia de errado, Natália procurou um outro médico na cidade de Taubaté. Desta vez, a doença descoberta já tinha outro nome: Trombofilia. Este problema é conhecido por fazer com que o sangue coagule e os nutrientes não sejam transferidos da mãe para o feto através do cordão umbilical. A solução proposta pelo médico era aparentemente simples.
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| Família completa |
Com todos os exames na mala, Natália e Rafael foram para Campinas, na esperança de finalmente conseguir começar a formar uma família. A Dra Isabela Machado foi quem atendeu o casal e logo confirmou o diagnóstico de trombofilia constatado anteriormente. Mas não era só isso e somente o AAS não resolveria. Naquele momento, Rafael e Natália descobriram que eram almas gêmeas até mesmo no sangue. O verdadeiro problema para que tantos abortos tivessem ocorrido, estava no excesso de compatibilidade dos tipos sanguíneos do casal.
Agora eram duas lutas. Natália precisaria tomar injeções de uma substância anticoagulante chamada heparina, que evitaria os problemas causados pela trombofilia, e além disso precisaria receber diariamente vacinas com o sangue de Rafael, para que seu organismo criasse resistência suficiente para não afetar o desenvolvimento do futuro filho do casal.
Natália recebia as injeções, que, como ela mesmo afirma, doíam como picadas de abelhas. O objetivo era fazer com que o nível do que os médicos chamam de “bloqueador do sangue paterno” subisse de apenas 1,2% para 75%, que era o nível considerado normal para que a gravidez seguisse até o fim.
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| Natália exibe sua barriga no fim da gravidez |
Em 11 de fevereiro de 2015, o resultado positivo do teste de gravidez chegou e tinha um gosto especial. Natália ainda precisou tomar mais quatro doses da vacina do sangue de Rafael, uma a cada mês, no início da gestação. A Heparina também foi aplicada diariamente até o ultimo dia da gestação, para que os nutrientes chegassem ao bebê.
Beatriz nasceu em 28 de setembro de 2015. O nome não poderia ser mais apropriado. “Beatriz” quer dizer “abençoada”. Para o casal, além de uma benção, a pequena bebê representava a vitória de uma luta e o começo de uma nova fase ao lado da criança, que agora completava a família e trazia de volta os sorrisos que Natália e Rafael perderam por tanto tempo.


