Pesquisador explica o universo dos Quadrinhos


Colecionador de HQs aponta um outro lado para um segmento que atrai cada vez mais leitores de diferentes idades. Em suas exposições, Jorge Hata apresenta raridades de sua coleção como gibis e revistas em quadrinhos da década de 40. 

Por: Renato Pires


"Muitos vem procurar por recordação" aponta Hata 
 Jorge Hata possui 65 anos e nasceu em Tremembé, numa propriedade aos arredores do centro e próxima à antiga fábrica da Petrobras, conta ele. É casado e possui um casal de filhos. Quanto à formação, estudou uma parte do ensino superior, mas não completou o curso. Atribui o conhecimento que possui por experiências profissionais de vida e também pela determinação de querer conhecer algo a mais que os outros. Na realidade, sempre esteve ligado à área de quadrinhos.


 Quando começou a trabalhar em São Paulo, na década de 60, teve contato com sebos na Praça da Sé e no Largo São Francisco. Depois, quando começou a trabalhar com montagens externas de grandes empresas, teve a oportunidade de conhecer diversos colecionadores, inclusive de outros estados. Reside em Taubaté desde a década de 70. Começou a sua coleção em 1966. Há cerca de doze anos, criou a banca Túnel do Tempo, em Taubaté, com o propósito de fazer as novas gerações lerem mais, para que desenvolvessem uma imaginação e um senso crítico. Realiza palestras e exposições pelo Vale do Paraíba, levando sua coleção e conhecimento do mundo dos Quadrinhos ao público.

 O primeiro contato de Jorge com os quadrinhos surgiu no final da década de 50, com seu pai que gostava muito de ler revistas Shonen Jump, a qual tem a sua origem no Japão. Com o tempo e na reunião de contatos, foi criando sua coleção. O colecionador também enfatiza a parte social do processo de colecionar como interessante. “Porque você está em contato com outros semelhantes que possuem o mesmo gosto, então você não estava mexendo com uma pessoa que não se interessava, não conhecia”, justifica Hata. Para ele, muitos visitam a banca pela curiosidade, e às pessoas interessadas, oferecer muito mais do que as histórias, mas sim uma leitura mais aprofundada.

 As histórias que tanto fascinam leitores no mundo todo não se limitam somente ao entretenimento. Jorge pensa em um projeto no âmbito escolar, o qual envolva quadrinhos. ”Eu estava pensando em fazer um concurso, pois eu tenho alguns livros e a “quadrinizações” deles. A minha ideia era juntar um grupo de alunos que iam ler o livro, e outro grupo, que ia ler os quadrinhos. E depois, no final, fazer um debate sobre aquilo”, descreve o pesquisador. “A ideia é ver quem, qual grupo que teve um melhor aproveitamento usando este método. Assim, nós podemos discutir até os detalhes. Ver onde a literatura interage mais que os quadrinhos”, explica.

Quadrinhos americanos, europeus e japoneses são maioria no acervo
 Sua paixão de longa data por essas histórias possui um propósito diferente da maioria das pessoas que simplesmente colecionam. Por meio dela, Jorge analisa a vida sob uma outra perspectiva. “Eu não uso o quadrinho somente de entretenimento. Eu mesmo sou crítico daquilo que estou vendo. Através da leitura, você começa a desenvolver essa linha de pensamento”, frisa Jorge Hata.

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