O sonho de uma bailarina

Com o sonho e o talento, a professora de 26 anos saiu das salas de aula para os espetáculos.O primeiro contado de Denise Almeida com a dança foi na infância, entre 3 e 4 anos. A mãe trabalhava em três períodos e dançar se tornou uma atividade para ocupar o tempo. Mas há oito anos Denise dança profissionalmente, e a atividade passou a ser integral. 

 Por Letícia Dias 


A bailarina estava com um cargo de concurso público, mas infeliz, queria fazer algo que a satisfizesse como pessoa, mas que também garantisse condições materiais. Denise tinha medo de deixar o trabalho estável e assumir a responsabilidade de ser bailarina e professora, ela sabia que a partir do momento que se comprometesse a trabalhar nessa área, teria que se organizar financeiramente e trabalhar para a divulgação positiva de seu desempenho profissional.

 Quando Denise ainda dava aula de Filosofia, trabalhou com o diretor formado em Artes, o que incentivou um projeto de dança na escola, foi a melhor oportunidade, as aulas da jovem professora foram bem divulgadas e com muitos alunos, a partir desse momento ela se focou profissionalmente na dança. A professora não segue nenhuma religião, ela crê que filosofia é um caminho racional e libertador para o autoconhecimento. Além da filosofia, ela acredita na potencialidade do ser humano. “Os dons que as pessoas têm, tanto os artísticos quanto os outros dons, das outras profissões, são manifestações da divindade nas pessoas e apesar de não seguir nenhuma religião, eu acredito nisso, que a manifestação de talentos das pessoas é algo divino”, explica. 

 Aos 14 anos, Denise foi mãe, o que foi o primeiro impulso que ela teve para mudar a vida, até então ela não pensava objetivamente, e a maternidade a se confrontar ao pensar na existência de uma pessoa que depende dela, material e psicologicamente. “Ser mãe para mim é isso. Conseguir passar os meus valores para minha filha em uma convivência que seja de qualidade, sem impor o que eu sou para ela e compartilhar, na verdade, o que ela é e o que eu sou”, ressalva Denise. Para ela, o maior desafio e, ao mesmo tempo, o maior presente que as pessoas têm é educar filhos, ela inclui os alunos, para quem ela tenta passar bons valores e ao mesmo tempo aprender com eles.


Recém-casada, ela conta que o casamento foi uma solução, passou por outros relacionamentos que não tinham o mesmo contato que o marido tem com o trabalho dela, o que sempre foi um problema. “Era fonte de conflito. Uma pessoa que não trabalha com arte e cultura, não consegue entender a relação que a gente tem, por exemplo, com trabalhar de madrugada, fazer shows e estar em evidência”, explica Denise que comemora por ter encontrado um companheiro que além de gostar muito, trabalha com ela.” O trabalho não está mais separado da vida pessoal, além de trabalhar com o marido e os amigos. “É algo que eu tenho muito orgulho e queria muito que outras pessoas pudessem compartilhar desse sentimento”, declara.
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