O amor pelo aprendizado


Devido á imposição paterna Shirley Santos se viu obrigada a fazer o magistério quando era aluna secundarista da Escola Padre Anchieta. 



                           Por: Mauricio Nascimento


   
Apesar de disciplinada nos estudos, centrava suas energias na participação de concursos de música estudantil realizados no TCC. Embora ela fosse participativa, o grupo do qual fazia parte nunca chegou a ganhar um festival. Isto não impediu que Shirley fosse com seus colegas de sala cantar para presos no IRT.


  Apesar do clima pesado do presídio, e da presença amedrontadora da Polícia Civil, a plateia aplaudia. Numa dessas apresentações um presidiário pediu para que Shirley cantasse a música mensagem, sucesso da década de 1970 interpretado por Wanusa (Quando o carteiro chegou/ e o meu nome gritou/ com uma carta na mão). Em 1977, aos dezoito anos, Shirley se formou no magistério e no ano seguinte entrou na rede municipal de ensino da cidade de Taubaté. A primeira escola em que lecionou chamava-se “Escolinha São Benedito”, atual Santuário de São Benedito, no bairro da Estiva. Permaneceu ali durante oito anos, numa sala simples, ensinando as primeiras letras ás crianças do pré-primário.

 Shirley apaixonou-se pela profissão de professora, tendo criado, na época, relações de afeto com seus alunos, num tempo onde ainda havia educação familiar. Em 1986 a “escola de São Benedito ” foi transferida para outra paróquia que servia de sala de aula, no mesmo bairro, na Rua Jeanne Guisard. Durante vinte e sete anos Shirley trabalhou na área de educação de diversas instituições de ensino da rede municipal, dentre elas: a escola do Centro Social dos Cabos de Soldados, a escola Santa Luzia e a escola do Santana.

 Em 2005 conseguiu transferência para o Museu da Imagem e do Som de Taubaté-MISTAU, para trabalhar como arquivista do acervo fotográfico da instituição. Ela que sempre teve amor pela cultura, viu sua vida ser transformada, ao trabalhar em um local que preserva a memória e as tradições regionais.

 Na catalogação da iconografia Shirley foi enriquecendo seus conhecimentos acerca da história de Taubaté. Ao analisar fotógrafos e épocas diferentes percebeu as transformações pelas quais passou a cidade. Em 2014 foi promovida a Coordenadora do MISTAU e desde então vem organizando diversos eventos que atraem públicos de todas as idades. “Museu é lugar de História, de memória e valorização do passado”, explica Shirley santos.