Funcionária da BASF opta pela área comercial e usa de todos os seus conhecimentos técnicos para apresentar novos produtos aos clientes. A oportunidade surgiu ao voltar à empresa e ver que esse era o caminho que ela queria seguir, apesar de sua formação em engenharia.
Por Fernanda Gonçalves
Quem vê Mariele Angélica de Oliveira correndo de um lado para o outro, não imagina que ela trabalha como home office. Formada em Engenharia Bioquímica pela Universidade de São Paulo (USP), ela, atualmente, gerencia as contas dos clientes da companhia química BASF, onde atua desde 2012. Seu trabalho consiste em planejar o quanto e qual matéria-prima o cliente necessita num período de três meses, no qual precisa estar sempre em contato com as empresas clientes, apresentando novos conceitos e produtos.
Apesar da facilidade do home office, Mariele não fica parada por muito tempo. Sem uma rotina fixa, ela está sempre correndo com as coisas da casa e tomando conta do filho de 12 anos, Luis Felipe, que sempre participa de campeonatos de futebol pelo time de base de São José dos Campos. “Toda semana ele tem que ir para o centro de treinamento, mas vai com o pai de um amigo que também joga”, comenta. E quando não é correria com o treino de futebol é com a escola. Cursando o oitavo ano do ensino fundamental, Luis Felipe ainda precisa de certo incentivo da mãe na hora de estudar. Mesmo sendo um típico menino de 12 anos, Mariele não tem o que reclamar do filho. “Esses dias eu tive que sair bem cedo para ir a São Paulo e ele precisava acordar sozinho. Quando liguei, ele já estava pronto e até já tinha dado uma volta com o cachorro.”
E é em meio aos problemas do dia a dia que a engenheira segue com o trabalho de administrar a compra das empresas como Racco, Boticário, Sklean, Faber Castell, L'Occitane, Nazca e BDF e são inúmeros itens que ficam sob a responsabilidade de Mariele. “Eu sempre tento priorizar as empresas que tem maior importância.”
Durante o curso na faculdade, e até mesmo depois disso, ela nunca pensou que poderia trabalhar na área comercial e que tinha até certo receio em não conseguir bater as metas. “Foi um tiro certeiro. Não foi nada planejado, mas hoje não troco mais.” afirma.
Ainda no período de formação, encontrou grandes obstáculos, como a falta de vontade de continuar com o curso, que só não se concretizou porque sua mãe não deixou. Em 2002, ainda sem terminar a faculdade, teve o nascimento do filho e pouco tempo depois, em 2004, o falecimento da mãe. Apesar dos problemas, conseguiu se formar com um estágio na Cógnis, se tornando a primeira estagiária da empresa a ser efetivada. “No começo foi difícil. As pessoas não te enxergam, não reconhecem o que você faz e querem te prejudicar”, relembra.
Mariele saiu da empresa em 2006 e foi para a Johnson&Johnson, onde trabalhou por apenas oito meses antes de voltar para a Cógnis. Em 2011, a empresa foi aderida à BASF, o que fez com que houvesse poucos projetos a serem feitos. Com uma característica mais dinâmica, a engenheira saiu novamente da empresa e trabalhou na área de Marketing de outra por um ano.
A oportunidade de voltar a BASF apareceu novamente, no setor que trabalha atualmente. “O home office é melhor, mas às vezes você fica meio de fora e não sabe o que está acontecendo”, diz.

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