Livros clássicos são presença garantidas nas prateleiras de muitos jovens
Estórias que ultrapassam décadas, atravessam gerações e marcam as vidas das pessoas. Essas são características dos livros clássicos, responsáveis por lágrimas e sorrisos ao longo do tempo. O rol de autores que deixaram o seu nome na história é extenso, composto por homens e mulheres de todos os tipos, países, épocas e línguas.
Por Luiz Malheiros
“Quando ocorre a arte, tudo pode acontecer. A grande arte mata as grandes fomes", explica o professor Luzimar Goulart"
Ivanildo Jesus Oliveira é músico e recorda que o seu primeiro contato com um cânone aconteceu na escola. “A professora fez um belo discurso sobre os benefícios da leitura. Na visão dela tínhamos que ler sempre e de tudo!” Machado de Assis, Camilo Castelo Branco e Álvares de Azevedo são, geralmente, os primeiros mundos encontrados na via láctea dos clássicos. Leituras que, para um aluno de oitava série, podem soar chatas e maçantes, mas são essenciais, como lembra Ivanildo: “O meu primeiro contato com Machado de Assis foi um marco. Eu queria absorver toda sua obra e admirar a beleza de sua escrita. Queria não só ler, mas escrever como ele.”
Depois que se pega o gosto pelos clássicos, é difícil parar. O exemplo vem da universitária Vanessa Alves, cujo autor favorito é o russo Fiodor Dostoiévski. “Eu sempre gostei de literatura. O meu primeiro contato foi com a poesia, que é um estilo antigo, originado desde a Mesopotamia”, explica. Para ela, a diferença entre os livros de hoje e os cânones depende da intenção do escritor. “Se ele quis retratar um momento histórico e social, pode ter mais chance de entrar na lista de imortais. Os homens enfrentam os mesmo conflitos desde sempre, por isso o contexto social é o que diferencia um clássico de um outro livro”, conclui.
Professor na UNITAU, Luzimar Goulart Gouvêa entende como poucos o que é um clássico. Ele é mestre em Teoria e História Literária pela UNICAMP e explica o que coloca uma obra nas prateleiras da eternidade: “ Um livro consagrado é novidade que permanece novidade", para usar a expressão de Ezra Pound [poeta e crítico literário americano]. Um livro comum, do tipo best-seller, é um livro novidadeiro, que pode ser modernoso, sem ser moderno. “
