Comida Tropeira no Dia a Dia do Vale Paraibano

Os pratos mais pedidos e desejados por todos se originou de uma mistura pouco convencional em um século de muitas mudanças 

por Bruna Batista
Não dá para negar que a culinária tropeira é uma das mais conhecidas e aceitas pelos brasileiros, porém seu inicio se deu em um período em que o Brasil passava por mudanças não só culturais mais também financeiras, o que influenciou a população local.
“O tropeirismo, ato aos quais os viajantes levavam as pedras preciosas até o Rio de Janeiro e de lá seriam encaminhadas ao reino de Portugal, foi não só uma prática econômica, mas também social e cultural. A população vale paraibana carrega até hoje as tradições e costumes desse povo que foi importante para o crescimento do Brasil”, explica o Prof. de Cultura e Realidade Regional Mauro Castilho. 

A rota dos tropeiros teve como cenário diversas cidades do Vale do Paraíba como Taubaté, Jacareí, Guaratinguetá e Silveiras. As duas últimas citadas ainda carregam as características físicas e sociais de uma fase tão importante para o país. “A tradição não é deixada de lado, nossos antepassados tiveram uma grande importância para a construção da cidade de Silveiras, temos que deixar viva a culinária e o nosso jeito caipira de ser”, conta a aposentada e moradora da pequena cidade do interior de São Paulo, Maria de Fátima da Silva. O fogo ao final de todas as tardes não aquecia somente os tropeiros, mas também era a base para cozinhar a mistura de alimentos não perecíveis que eles carregavam no caminho. 

Dessa forma, as comidas típicas da região como feijão tropeiro, toucinho, doce de abóbora com rabanada, e carne seca surgiram, fazendo parte da mesa de muitos brasileiros. Porém a influencia tropeira não ficou só na cozinha, mas também nas vestimentas, sotaques e na música. 

Com as criações das ferrovias, os tropeiros acabaram perdendo seu espaço, consequentemente, desvalorizando o ciclo econômico que foi importante para o Brasil.


Fotos: Reinaldo Meneguim e Egberto Nogueira