por Cleber Azevedo
A terça feira, 26 de agosto, foi o segundo dia da Semana de Comunicação - SECOM, que ocorreu no Departamento de Comunicação da UNITAU. Os alunos do curso de Jornalismo puderam assistir à palestra do jornalista Sérgio Cursino, que atualmente trabalha para a Rede Record de televisão como âncora do programa Balanço Geral Vale do Paraíba.
Com uma trajetória diversificada - são mais de 33 anos de carreira atuando como publicitário e jornalista, o profissional, nascido em Pindamonhangaba, teve o interesse despertado pela comunicação dentro da Igreja Católica que frequentava. Primeiro foram os ritos eclesiásticos, os casamentos depois, e a facilidade com as palavras no colégio de Ensino básico chamaram atenção para as habilidades de comunicação do jovem. Em sua trajetória profissional, acabou tendo carteira de trabalho assinada por diversas empresas como as rádios Aparecida e CBN, e a rede de televisão Globo no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.
Preencher questionários que lhe interrogavam a profissão certamente foi um desafio. Como colocar as diversas atuações que desempenhou em sua vida? Âncora, jornalista, radialista, palestrante, professor universitário (título que prefere não reclamar por acreditar que a profissão é antes um dom do que qualquer outra coisa), diretor de Jornalismo, gerente executivo de agência de propaganda, comunicador, locutor de chamadas e media-trainning são algumas delas.
Para além das atividades de âncora que exerce para a rede Record, Cursino faz narrações de seu home office - escritório dentro de casa - convenientemente localizado no apartamento onde vive em São José dos campos. Ele dispõe de uma mesa de aúdio com recursos de edição de onde faz narrações para inserções publicitárias para grandes empresas, sua principal fonte de renda.
Depois de muitos anos trabalhando fora da região onde nasceu, sair de um grande centro urbano como o Rio de Janeiro e voltar para São José dos Campos no Vale do Paraíba poderia ter sido pretexto para que a carga de trabalho diminuísse e o descanso batesse à sua porta. Não foi. Cursino não recusa trabalhos.
A carreira bem sucedida que empreendeu foi curiosamente narrada de dois modos: começou falando em si, porém contava a própria história como se fosse estranho a si mesmo. Falava em terceira pessoa. Conforme a palestra se desenrolava - nesta altura a formalidade do título ‘palestra’ já cedera lugar a um bate papo, podiam ser notados ares de informalidade e irreverência. Algumas histórias sobre o que viveu no mundo da mídia foram as tintas usadas para pintar a aquarela da trajetória que desenvolveu ao longo da carreira. Agora, fala mais em tom confessional, abre o coração e inspira os alunos que o assistiram reforçando a importância do conhecimento técnico, porém relembrando o papel preponderante que bons relacionamento interpessoais garantem.
Uma de suas marcas registradas é que não tem medo de falar o que pensa. Esse comportamento rendeu algumas demissões e desencontros profissionais. No entanto, para ter a certeza de que sempre estivesse em contato com o mundo da mídia, certificou-se de pautar a carreira sobre o prisma da honestidade, do comprometimento, da fidelidade, da parceria e do profissionalismo com os colegas de trabalho e fontes que ouviu e entrevistou.
Atualmente, Cursino encara o jornalismo como diversão. Ter trabalhado em diversificada ramos e empresas garantem a segurança e a autonomia financeira para que fale, sem restrições, de assuntos variados em seu programa. As histórias narradas são direcionadas para um público segmentado: Cursino mira nas classes C, D e E. “Prefiro receber um abraço suado de um motorneiro e de uma dona-de-casa do que lidar com falsidades e preconceitos”, garante Cursino.
O modo irreverente de conduzir a palestra deu ares ao local como bate-papo. Os alunos tiveram uma relação de identificação
Fotos: Aguinaldo de Jesus/UNITAU
