Amigo de Choro



Músico, pai, avô, ferramenteiro, amigo, companheiro. Esses são alguns dos adjetivos que descrevem o senhor de cabelos brancos que é figurinha carimbada em Taubaté quando se fala em boa música regional acompanhada do som do acordeon.

Por Leticia Domingues
Pedro dos Santos, desde seus 13 anos, aprendeu a tocar acordeon apenas escutando seus ídolos tocando em seus programas de rádio ou televisão. Sua mãe, Angelina Pagotti, de família tradicional italiana, e seu pai, Benedito Jorge, sempre o apoiaram a tocar, pois a música sempre os emocionou e fez parte da harmonia da família. 
O musicista trabalhou como ferramenteiro na fábrica da Volkswagen, fez parte do exercito brasileiro, onde fez grandes amigos que até hoje o visitam, jogou futebol no time amador do Taubaté e no time do Quiririm, onde foi campeão invicto.
Seu dia era corrido em meados dos anos 70, ele acordava cedo para cumprir seu horário no batalhão do exército brasileiro, lá mesmo montava sua roda de amigos para tocar acordeon. Ao final do expediente, Pedro seguia rumo ao campo do time do Taubaté para jogar, e de madrugada, tocava nas festas do bairro da estiva, onde morou desde que nasceu, ou mesmo em casa com a família e amigos.
Pedro, que sempre recebeu incentivo dos pais para fazer música, nunca abandonou as raízes da boa e velha música sertaneja e da moda de viola. Na época em que estava em no grupo denominado ‘Regional’, o musicista tocava em várias rádios locais da cidade, como a rádio Nacional, Difusora e rádio Cacique. Nessas idas e vindas aos estúdios, teve a oportunidade de conhecer e trabalhar com nomes renomados do ramo artístico como Antônio Leite (falecido), Carlos Gonzaga, Mazzaropi, entre outros.
Atualmente, Pedro participa de encontros de fraternidade no Rotary Club de Taubaté, e, movido à fé cristã, toca nas missas da igreja de São Benedito e em algumas cerimônias que lhe convidam para fazer parte da orquestra. Casado com Maria Aparecida Santos há quase 50 anos, tem três filhos (Pedro, Ana Elisa e André) e cinco netos (Letícia, Pedro, Lucas, Guilherme e Ana Julia), e com a idade avançada, passa seu tempo dentro de casa tocando seu acordeon e organizando o jardim.
Diagnosticado com Diabetes a mais de dez anos, Pedro, mesmo com sérios problemas na visão em decorrência da doença, não se deixa abalar perante as dificuldades. Sempre com um enorme sorriso no rosto, não deixa de fazer suas brincadeiras, escutar o programa da Inezita Barroso semanalmente, e agradecer por estar vivendo todos os momentos, bons e ruins, junto a sua família e ao lado de grandes amigos que fez ao longo de sua vida.

“Quando toco acordeon me esqueço do mundo ao meu redor, me esqueço da vida e dos problemas”