Por Melissa Truyts e Maria Mendonça
A
cada ano que passa a música eletrônica ganha mais espaço no mundo da música em geral. Este movimento
global está acelerado com a retomada da música eletrônica nos Estados Unidos, que
se sente aqui no Brasil também. Velhas raves virando grandes festivais, com um
aumento vertiginoso no número de baladas, DJs e produtores cada vez mais
reconhecidos são apenas alguns dos sintomas, mas o principal deles é o grande
volume de festivais que vai ter no Brasil este ano.
Definitivamente,
o Brasil entrou para o calendário dos maiores eventos do mundo. Megashows, Copa
do Mundo e Olimpíadas estão aí para comprovar essa realidade e uma grande
surpresa foi o crescimento das festas de música eletrônica. Hoje, o Brasil é um
dos países mais disputados por DJs do mundo todo para vir tocar aqui. Festas grandes
são notícia em todos os cantos do planeta. Dezenas de baladas privadas
acontecem todos os meses, de norte a sul do país e arrastam multidões que
chegam a mais de cem mil pessoas. São pessoas que viajam quilômetros para
ouvirem os principais DJs brasileiros e convidados internacionais em
performances incríveis. Alisson
Diniz, fotógrafo de Contagem-MG, viaja para São Paulo todos os anos só para ir
a Skol Sensation e conta como isso mudou na vida dele. “Mudou quase
tudo, lembro em 2006 quando eu assistia vídeos da "Sensation White"
em Amsterdam e imaginava que um evento desta magnitude nunca seria visto no
Brasil.
Em janeiro de 2009 eu fiquei feliz por estar enganado. O Skol Sensation movimenta todo o meu ano, a partir do momento em que ela termina as 5:30h da manhã no Anhembi eu já começo a me programar para a próxima do ano seguinte e assim tem sido desde 2009 quando tivemos a 1ª delas aqui no Brasil, "Tree Of Love". Mas isso é só um dos detalhes, tem todas as amizades novas que eu conquistei graças ao "SS" , pessoas de todas as partes do país que assim como eu viajaram milhares de quilômetros só para o evento e até mesmo o meu desejo de morarem São Paulo.Tudo sempre tem a Skol Sensation
como motivação.”
Em janeiro de 2009 eu fiquei feliz por estar enganado. O Skol Sensation movimenta todo o meu ano, a partir do momento em que ela termina as 5:30h da manhã no Anhembi eu já começo a me programar para a próxima do ano seguinte e assim tem sido desde 2009 quando tivemos a 1ª delas aqui no Brasil, "Tree Of Love". Mas isso é só um dos detalhes, tem todas as amizades novas que eu conquistei graças ao "SS" , pessoas de todas as partes do país que assim como eu viajaram milhares de quilômetros só para o evento e até mesmo o meu desejo de morar
O
Brasil está tendo um ótimo desempenho no mercado externo. As administrações das
grandes festas conseguem trazer atrações interessantes, cumprem os contratos,
levam milhares de pessoas e tratam bem nossos convidados. Tudo isso mostra,
cada vez mais, que a música eletrônica é a bola da vez em todos os locais.
Retrato
disso são festas como Parktronic, no interior de São Paulo, que levou 60 mil
pessoas, mais que um estádio do Morumbi lotado em dia de show; a XXXPerience,
que leva mais de 50 mil pessoas por onde passa; a Spirit Of London carrega mais
de 100 mil pessoas e cada dia cresce mais e a Skol Sensation, que a cada ano
lota o Anhembi com mais de 40 mil pessoas.
A
produtora holandesa ID&T BRASIL A TODO VAPOR! Ela assina inúmeros festivais
ao redor do planeta, mas com certeza você a conhece por produzir o
Tomorrowland. Ele jamais virá ao país, pois se trata de um spin-off (uma
espécie de evento-filho) genuinamente belga do Mysteryland, ou seja: sempre
acontecerá na Bélgica. A boa notícia é que o Brasil receberá o seu próprio
spin-off do festival: o One Rio, que inicialmente havia sido divulgado para
acontecer em 2012, acabará rolando em 2013, em período do ano ainda não
divulgado.
Na
mesma coletiva de imprensa, a ID&T confirmou que no ano que vem teríamos um
Mysteryland Brasil e uma edição do Dirty Dutch, a festa do DJ Chuckie. Além das
novidades, será dada sequência ao único projeto da produtora que já acontece
por aqui: o Skol Sensation, que virá com o tema Innerspace, tido pela crítica
como o melhor de todos.
A
5ª edição do mega evento de música eletrônica vem com o slogan “Surpreenda Seus
Sentidos”. Em 2013, o Skol Sensation traz a temática Innerspace e aposta mais
uma vez numa estrutura grandiosa para atrair os amantes de música e efeitos
visuais e sonoros. Ao todo, a organização da superfesta espera um público total
de 40 mil pessoas. O Skol Sensation promete hipnotizar o público em sete
momentos especiais divididos ao longo de toda a noite. Os momentos representarão
os sete chakras da energia de cada elemento que é parte fundamental do conceito
da festa Innerspace. Outra novidade é o “esquenta” que rola em quatro estações
do metrô antes do Skol Sensation. No sábado, 15 de Junho, a partir das 20h, DJs
promovem um warm-up até a estação fechar. Já dá para chegar ao festival na vibe
exata. Na estação Tietê do metrô, a mais próxima do Anhembi, vans fazem o
transporte até o local gratuitamente no dia do evento. Este ano, a novidade
fica por conta do Upgrade responsável, uma espécie de passagem instalada na
estação Tietê que vai dar brinde – como a troca de um ingresso pista por um
camarote, por exemplo – a quem for ao Skol Sensation de metrô. Lembrando que no
ato da compra do ingresso você ganha dois bilhetes de metrô. Este ano, o Brasil
conta com o maior faturamento da história da música eletrônica mundial, em um
crescimento impressionante ano após ano. Dessa forma, muitos já pensam na
possibilidade da música eletrônica brasileira fazer parte da abertura da Copa
do Mundo em 2014 e das Olimpíadas em 2016 - o que já coloca em dúvida nossa
mundialmente famosa identidade do samba. Mesmo assim, não há a possibilidade de
o samba ser esquecido, até porque as aberturas serão no Rio de Janeiro. Lá, a
música eletrônica e os DJs têm muito menos força que em muitas partes do país.
O
Brasil é o país que tem mais festas de música eletrônica no mundo. A região sul
ganha disparado em quantidade por ano, mas São Paulo ainda está no topo da
cadeia quando falamos em megaeventos de e-music, arrecadando milhões de reais e
faturamento anual. Multidões cada vez maiores acompanham os DJs, produções
brasileiras rodam o mundo, empresas especializadas trabalham imagens de
artistas e multinacionais estão com os olhos voltados ao nosso mercado, que gera
milhões de dólares todos os anos.
Para
quem acompanha redes sociais, informativos especializados e colunistas
diversos, percebe o crescimento e como o Brasil se apresenta em relação a
e-music. Diferentemente do que dizem sobre drogas e bebidas, que acontecem em
qualquer lugar, e dependendo da divulgação da mídia, nas grandes festas de
música eletrônica a mentalidade está mudada e a organização está cada vez
melhor.
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