Por: Sarah Couto
A posição de um assessor de imprensa já é delicada, a de um assessor de imprensa na política é mais delicada ainda. No conceito mais básico, ele é um intermediário entre o assessorado e os veículos de comunicação, tendo a função de fazer chegar à mídia o assunto que quer ver veiculado, sendo feito da maneira mais profissional possível.
Porém, quando um veículo toma conhecimento de determinada informação, ele fará uso dela de maneira que achar conveniente de acordo com a política e publicidade da empresa jornalística e não como os assessores e assessorados desejam. O que um assessor deve fazer é facilitar o trabalho dos veículos intermediando o contato entre a parte interessada e fornecer as informações solicitadas.
Muitas mídias e pessoas acreditam que o assessor político, seja de um político específico (vereadores, prefeitos, deputados, senadores, presidente) ou de uma entidade governamental (Câmara de vereadores, Prefeitura, Presidência, Senado, Câmara dos deputados) são profissionais que apenas defendem a parte interessada. Porém, para se tornar um bom assessor político, a ética deve sempre existir como conceito principal na hora de transpor informação. É claro que não irá denegrir a imagem de seu assessorado, caso contrário, a chance de demissão é iminente, mas passar o fato de maneira mais branda, sem ferir os conceitos morais e éticos.
A jornalista e assessora de imprensa, Fernanda Maria Ribeiro, acredita que a ética deve nortear as ações de um assessor de imprensa em qualquer área em que ele atuar, e na política isso não é diferente.
“Sempre, em primeiro lugar tem que pensar na verdade, no bem comum, na clareza, mas especificamente na área de comunicação sempre prezar pela informação e pela sua objetividade e não tentar fazer o que o assessorado quer que pareça.”
Por isso, um assessor deve ser capaz de analisar com tranquilidade a mais tensa das situações, sabendo quando o político está errado, tentando ajustar seu foco, de maneira a comportar-se corretamente. Portanto, a maioria dos bons assessores de imprensa são aqueles com muita experiência, que sabem bem como funcionam os departamentos de jornalismo dos jornais impressos, rádios e televisões.
Alguns estudantes de jornalismo já fazem estágio em assessorias de entidades governamentais, como é o caso de Amanda Simpson que estagia na Câmara Municipal de Taubaté. Ela afirma que conheceu mais sobre política e se informa mais sobre todo o processo legislativo para aprender a lidar com políticos para talvez futuramente ser uma assessora de imprensa no ramo político.
“Acredito que como cidadã acrescentou muito na construção da minha cidadania porque acho importante as pessoas conhecerem o trabalho dos políticos na cidade, além de abrir portas para o mercado de trabalho.”
Fernanda Maria concorda com a afirmação, relatando que para ser um bom assessor de imprensa é necessário o jornalista estar bem informado e inteirado desse universo da política que envolve leis e procedimentos ligados ao direito e à política para passar à imprensa chegando ao público de maneira “mais limpa possível”.
Além de passar informações à imprensa, um assessor político tem alguns deveres básicos, como construir releases para as mídias, fazer Clipping – seleção de todo o noticiário sobre o cliente o assunto de seu interesse veiculado na mídia – e fazer análises quantitativas e qualitativas sobre o que foi veiculado na imprensa.
Em casos como o da Câmara Municipal de Taubaté, além das funções citadas, há sessões em que são discutidas as pautas interessadas à população, e por isso estagiários fazem o trabalho de cobrir a sessão no que diz respeito à palavra dos vereadores.
Portanto, um assessor de imprensa na área política deve ter cuidado especial ao se tratar de informações que serão dadas para a mídia e conseguinte ao público, não deixando de falar a verdade, no qual é um grande desafio para os jornalistas dessa área.


