Um tipo diferente de sorvete que é saudável e não utiliza ingredientes de origem animal
Por Sarah Molica
Quando se fala em diversidade cultural,
muitos sabem o que é vegetarianismo, porém poucos já ouviram falar sobre o veganismo. O veganismo é uma filosofia que é contra qualquer tipo de exploração animal, seja na ingestão de alimentos que contenham componentes de origem animal ou utilização de produtos com resíduos animais. A
“Sociedade Vegan” foi criada em novembro de 1944, em Londres, durante uma
reunião sobre o movimento vegetariano.
Na ocasião, seis pessoas se desvincularam da “Sociedade Vegetariana”,
por diferenças ideológicas, e criaram uma nova sociedade utilizando um novo
termo, o Vegan. A palavra “vegan” vem de “vegetarian”(vegetariano, em inglês),
e é a junção das três primeiras letras com as duas últimas letras. Com o passar
do tempo o número de veganos tem crescido ao redor do mundo. Uma pesquisa de
2008, publicada no site “vegetariantimes.com” mostra que 7 milhões de pessoas nos
EUA seguem dieta vegetariana e desse número, 1 milhão é vegan. Já no Reino
Unido, 2% da população segue a dieta vegana. No dia 1 de novembro é comemorado
o “Dia do Veganismo”.
Como eles não ingerem nada de
origem animal, estão na lista dos alimentos proibidos: mel, leite de vaca, ovo,
queijo; bem como produtos feitos de animais: roupas de couro e de pelos,
maquiagem ; e produtos testados em animais como cosméticos e medicamentos. Além
disso, com a restrição alimentar, os veganos tendem a elaborar receitas
caseiras e pesquisar quais são os ingredientes de cada alimento antes de
comê-los. Atualmente, os produtos à base de soja são mais comuns no mercado
(uma causa que tem peso grande para esse crescimento, também, é a existência de
pessoas com intolerância à lactose), assim como os restaurantes vegetarianos.
Em São Paulo, cerca de 20% dos restaurantes são vegetarianos, o que dá um total
de 60 estabelecimentos. Dentre eles, existe a Sorveteria Soroko.
A Sorveteria Soroko foi fundada
em São Paulo há 18 anos, e há 12 anos produz sorvete vegan. Todos os sorvetes
vendidos são produzidos no estabelecimento, com receitas elaboradas por Maria
Regina Soroko, esposa de Anatolie Soroko, quem cuida do gerenciamento do lugar.
A Sra. Soroko é neta de sorveteiro e nasceu com o paladar aguçado e o dom para
a gastronomia sorveteira. Ao se aposentar, o Sr. Soroko decidiu realizar o
desejo de sua mulher, abrir uma sorveteria. “Nós percebemos que as sorveterias
faziam sempre os mesmos sabores se atrofiavam nisso. Com isso, a demanda de
sabores diferentes era grande e nós vimos uma oportunidade de fazer algo
diferente”, conta o Sr. Soroko. O casal
possuía uma residência em Praia Grande e decidiram usá-la para montar o
comércio. Com a visão mercadológica expandida do Sr. Soroko, que na época
trabalhava como economista, abriram a sorveteria que fez sucesso. Mas o casal
Soroko morava em São Paulo, com trabalho e filhos enraizados na capital.
Decidiram, então, abrir uma sorveteria numa residência de posse do Sr. Soroko,
na Rua Augusta, em São Paulo. Tendo em vista a localidade da residência, onde
conseguiria atrair um público jovem vindo de escolas e universidades da região
e dos bares e danceterias da rua Augusta, reformaram a casa e abriram a
Sorveteria Soroko.
“Nós reparamos que aqui em São Paulo existem poucas
sorveterias. Então nós resolvemos que seria melhor abrir uma sorveteria com a
estrutura das sorveterias de cidades de interior, onde existem mais. Essa
estrutura baseia-se em produção própria do sorvete, sem intermediários, com
estrutura familiar e ausência de pagamento de aluguel do estabelecimento” conta
Soroko. Por conta da estrutura limitada, a sorveteria Soroko não produz sorvete
para venda em outras sorveterias. O Sr. Soroko acredita que tendo essa
estrutura pequena, modelo das de cidade do interior, é a chave para a
longevidade da sorveteria na capital. E dessa forma, é possível ter maior
proximidade com os clientes, conquistando sua confiança quanto ao modo de
produção e qualidade do produto.
O local conta com a fidelidade do
público que opta por sorvetes de sabores diferentes, pouco comuns, como o de
amendoim, pitaya, tapioca e beijinho, produzidos livres de componentes
artificiais e industrializados. “Eu frequento a sorveteria Soroko há 10 anos e,
apesar de eu não morar em São Paulo, toda vez que eu venho faço questão de vir
comer aqui, porque os sorvetes são muitos bons e a gente sabe que é bem feito,
sem nada artificial”, conta Kleber Felipe, 25 anos. Os frequentadores da Rua
Augusta são, em sua maioria, pessoas de grupos sociais que aderem a diferentes
ideologias. Dentre elas, uma muito comum é o vegetarianismo e o veganismo, que
seria um vegetarianismo mais radical. Um dia, uma cliente da sorveteria pediu
para que os Soroko produzissem sorvete sem ser à base de leite para que ela
pudesse comer sabores diferentes, porque ela fazia parte da sociedade vegan,
que é contra o consumo de qualquer alimento de origem animal, não podia comer sorvete de chocolate, por
exemplo, porque é à base de leite.
A sorveteria abre de segunda à domingo, e lota
nos fins de semana. Eu ganho mais do que quando eu trabalhava como economista,
mas também trabalho mais”, brinca o Sr. Soroko. Ele conta que ainda vende
também no inverno, sem necessidade de criar uma alternativa de venda durante a
estação fria. “As pessoas entram aqui de chapéu, casaco e luva, e comem
sorvete. Essa ideia de que não se pode comer nada gelado no inverno é uma
crença antiga, mas que hoje não é tão levada a sério mais, porque na verdade o
que deve ser evitado é o choque térmico. E deve-se ingerir, portanto, alimentos
quentes quando o clima está quente e alimentos frio quando a temperatura
ambiente está fria”, explica o Sr. Soroko.
Receita Vegan
Brigadeiro/Beijinho Vegano
Ingredientes:- 1 xícara de extrato de soja em pó
- 1 xícara de açúcar
- 1 xícara de água
- 2 colheres de cacau, se for fazer brigadeiro; ou meia xícara de coco ralado, se for fazer beijinho
- opcionais: extrato de baunilha, margarina 100% vegetal
Leve todos os ingredientes numa panela em fogo médio, mexa sem parar. O ponto de brigadeiro é quando no fundo da panela a mistura começa a desprender - conte 1 minuto, continuando a mexer, em seguida transfira a mistura para um prato para esfriar melhor. Pronto! Agora é só enrolar e comer.
Veja abaixo alguns links úteis para explorar sobre a filosofia Vegan:
Veganismo Brasil
Vegan Society
Guia Vegano
Sociedade Vegetariana Brasileira
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