A terceira idade no mundo da tecnologia



Por Juliana Valim


Hoje em dia é comum depararmos com a turma da melhor idade buscando inclusão no mundo da tecnologia, que aumenta a cada dia. De acordo com levantamento de janeiro de 2002 do Ibope eRatings, 1,5% dos 6,3 milhões de internautas domésticos brasileiros têm mais de 65 anos. Eles buscam os celulares mais sofisticados, os computadores mais atualizados, os aparelhos de som para carro que haja a maior quantidade de opções (como entrada USB, leitura de CD/DVD) entre outros produtos.

Assim como a aposentada Mariana Vilela, 65, muitos outros idosos fazem das tecnologias meios de passar o tempo: “Sou sozinha e o meu notebook me faz companhia durante o dia”, afirma Mariana. Além do computador portátil, ela ainda conta como passa tempo seu telefone celular e TV por assinatura. O próximo passo da aposentada é adquirir seu tablet: “Ele é menor e mais fácil para transportar, além de ter conexão a internet, assim como meu not”.

Fato esse não muito diferente com o casal Edson Schotini, e Sônia Vieira, onde cada um tem seu próprio notebook com acesso à internet e também TV paga. Ambos aposentados, além de se distrair com essas tecnologias, uma vez por semana freqüentam encontros direcionados para idosos onde há jogos de baralho, diversos cursos entre outros entretenimentos para esse grupo. E mais, optaram por mudar de cidade, mudaram de Guaratinguetá e hoje vivem em Ubatuba, aproveitando a vida litorânea dentro e fora de temporada.

Atualmente, há muitos lugares, como por exemplo, igrejas, que oferecem cursos não somente de costura, bordados, pinturas, artesanatos e outros dotes desses mais antigos, mas a procura é maior por aqueles cursos que ensinam a manusear o computador, celular e diversos outros meios.

A dona de casa Joana Pereira, 66, já utiliza telefone celular, mas ainda não tem um computador. Mas há três anos, aprendeu a manuseá-lo com sua neta, tendo e-mail próprio e conseguindo se comunicar com parentes que moram longe. Hoje a dona de casa espera ganhar de seus filhos ou marido um notebook, “Por morar longe da minha família, acredito que nesse momento um computador encurtará a distancia entre nós, principalmente meus netos”. A família apóia a iniciativa de Joana e a incentiva nessa oportunidade de ampliar os conhecimentos.

Segundo a psicóloga Lilian Nascimento, esse interesse vindo da terceira idade é bom para essas pessoas, afinal, eles se sentem inseridos na sociedade por simplesmente, saberem ou terem acesso as novas tecnologias, além de conseguirem uma aproximação maior com os filhos e netos, e tendo a possibilidade de fazer novas amizades e ampliar seus conhecimentos.