A importância dos efeitos sonoros

Por Joana Peceguini

Quando assistimos um filme praticamente nem notamos a existência dos efeitos sonoros, mas eles estão lá e são uma das principais composições do cinema. Assistir a um filme sem efeitos sonoros seria abrir mão de uma parte essencial.

A presença do som no cinema é quase tão velha quanto a película, mas passou por diversas fases de incerteza durante a sua existência. O som é um elemento de montagem na realização de um filme, imagem e som são elementos indissociáveis na experiência cinematográfica. Os sons que compõem os filmes, são parte integrante do contexto. Ele não é somente o diálogo gravado, mas a composição da trilha sonora.

Akira Kurosawa, mestre do cinema nipônico, uma vez disse “O som do cinema nunca é meramente um acompanhamento, nunca meramente o que o gravador capturou quando a cena é rodada. O som de verdade não apenas se adiciona à imagem, ele a multiplica.”

Já os efeitos sonoros são sons, que não os do diálogo, que objetos ou pessoas produzem, ou aqueles que ocorrem naturalmente. O som dos passos de um ator são um exemplo de efeito sonoro. A função deles é de nos inserir na ação e nos levar a acreditar que fazemos parte do filme. Quando se usa corretamente os efeitos sonoros é possível mudar o contexto de um filme e adicionar drama, comédia, ou, terror em um filme seja inteiramente deste gênero. O seu objetivo principal é a simular a realidade, criar ilusão e o estabelecer o ambiente. Cada vez que visualizamos uma ação esperamos um som complementar que nos ajude a imergir no filme.

“Quando eu estou no cinema eu me desligo da realidade, eu dou risada, choro, porque parece que faço parte do filme”, conta Maria Luiza de Paula Santos. Com 65 anos ela vai toda semana ao cinema e diz que a sensação ao assistir um filme na sala escura do cinema nunca é a mesma de assistir na sala da sua casa.

Em Luzes da Cidade (1931), Chaplin empacou em uma cena em que a florista cega oferece flores a um suposto milionário, sem saber que ele era um na realidade um vagabundo. Chaplin pensou em usar o barulho do bater da porta de um carro, para iludir a florista que um milionário acabara de chegar à calçada. A partir daí, Chaplin inseriu ao filme de mímicas uma trilha sonora escrita por ele mesmo. Chaplin havia utilizou a sonoplastia, que é o uso do som para a criação de efeitos sonoros variados.

Quem assistiu Psicose, de Alfred Hitchcock, na cena do chuveiro, se houve o som de violinos misturado ao monte de facadas que a personagem recebeu. Esse som assustou milhões de espectadores pelo mundo inteiro.

A estudante Marina Andrini conta que não gosta de assistir filmes de terror, mas sempre que vai ao cinema com os amigos e a musica do filme começa a ficar pesada ela fecha o olho. “A trilha sonora sempre indica que alguma coisa vai acontecer, então assim que começa aquela musica tensa eu já fico preparada.”

Cena do filme Fabuloso destino de Amélie Poulain, em que a personagem vai ao cinema para observar as reações das pessoas durante as películas.
No filme de Spielberg, o som do T. Rex demonstra a dimensão do seu tamanho e peso. Para este mesmo personagem, é utilizado o efeito sonoro nas suas passadas pelo terreno ou no tremer da poça d’água, aumentando o suspense.

Durante o processo de desenvolvimento de um filme, diretores e seus sonoplastas escolhem como usar o som para melhor contar a história e amplificar a experiência proporcionada pelas imagens na tela. Apesar da importância da relação entre som e imagem, o profissional do som também deve saber quando silenciar.

Embora utilizados com a intenção de aproximar um filme da realidade, os efeitos sonoros são mais um artifício que o cinema dispõe para iludir.

A seguir, assista um video da reação das pessoas no cinema durante o filme atividade paranormal. O plano estático, utilizado no filme, nos deixa ver tudo e, algumas cenas se tornam previsíveis. Principalmente, porque o efeito sonoro indica que a presença da entidade paranormal, avisando que alguma coisa irá acontecer.