Idade não é documento

         Por Bruna Guarany

        Para se praticar esporte é necessária força de vontade. Mesmo vítima de um infarto, uma ponte de safena, uma mamária e duas angioplastias, Plínio de Oliveira, 75 anos, não se deixa vencer pela idade e nem pelo seu problema cardíaco e continua exercendo sua profissão e praticando esportes.


Seu esporte predileto é o tênis. Já praticou outros há alguns anos atrás, mas não seguiu “carreira”. Hoje, Plínio levanta cedo todo sábado e domingo para “bater uma bolinha” com seus amigos. Como um bom anfitrião, Plínio continua dando um “coro” e ensinando a nova geração do Senzala Clube de Campo como se joga tênis.  Realmente idade não é documento. O tenista aceita com um bom humor as mudanças do tempo, continua cuidando de sua aparência e saúde, e o principal, permanece jogando tênis, que é o que o lhe traz felicidade.

Não é novidade para ninguém que a expectativa de vida de um idoso aumentou consideravelmente no Brasil. Quem costuma correr em parques ou praticar algum esporte pode comprovar como existe uma grande parcela de pessoas acima dos 60 anos em ótima forma física. Exercícios e alimentação saudável fazem com que pessoas vivam mais e tenham uma melhor qualidade de vida.

Várias pesquisas demonstram que exercícios fazem bem a saúde mesmo a indivíduos de 80 anos e sedentários, só não vale abusar. Segundo dados científicos a participação em um programa de exercício leva à redução de 25% nos casos de doenças cardiovasculares, 10% nos casos de acidente vascular cerebral, doença respiratória crônica e distúrbios mentais. Talvez o mais importante seja o fato que reduz de 30% para 10% o número de indivíduos incapazes de cuidar de si mesmos, além de desempenhar papel fundamental para facilitar à adaptação a aposentadoria.

A prática de um exercício físico melhora a velocidade de andar, o equilíbrio, a auto-eficácia, a ingestão alimentar, contribui na manutenção e/ou aumento da densidade óssea, ajuda no controle da diabetes, artrite, doença cardíaca, diminui a depressão e aumenta o nível de atividade física espontânea.

As gerações do Senzala Clube de Campo: 
Plínio e seus companheiros tenistas
Quando se chega a uma determinada idade, dores e dificuldade de se equilibrar começam a aparecer. A dor é a famosa “dor na junta” e a falta de equilíbrio é devido à fraqueza da musculatura. O exercício contribui na prevenção das quedas através de diferentes mecanismos: fortalece os músculos das pernas e costas, melhora os reflexos, a coordenação motora e a flexibilidade. “Com a prática de uma atividade física regular eles conseguem compensar estes fatores com um ganho de massa óssea, aumentar sua resistência e ganhar mais equilíbrio, além de retardar e equilibrar doenças patológicas”, explicou a professora de Educação Física, Carla Conde.

A professora também acredita que um dos maiores benefícios é o prazer, pois na terceira idade, muitos acabam ficando solitários, e com a atividade física muitos adquirem o prazer e o bem-estar de conviver com outras pessoas.