Por: Luiz Felipe Nascimento
Paulo acorda, corre para a sala e, mesmo antes de tomar o café da manhã, liga o computador. Uma cena normal, devido a atual velocidade que as informações são processadas e a dependência cada vez maior que temos dos aparelhos eletrônicos.
É, seria um fato normal se Paulo não tivesse cinco anos de idade e ainda não fosse alfabetizado. Mesmo assim, liga o computador de sua casa e acessa os sites de jogos, sem a ajuda de outras pessoas.
O irmão de Paulo, Vitor Saar, 20 anos, disse que desde quando seu irmão tinha três anos de idade já ligava o aparelho e se divertia em sites de jogos. “Ele me via usando o computador, mas não fui eu quem o ensinou a mexer. Ele aprendeu sozinho e já faz uns dois anos”.
A pedagoga Beatriz Marani, pós-graduada em psicopedagogia, diz que a rápida inserção no mundo digital pode ser um fator positivo, desde que a criança tenha um acompanhamento.
Ela afirma que quando a criança se depara com o conteúdo escolar, estabelece uma relação entre esse conteúdo e o que ela já conhece, por isso, quanto mais conhecimento, maior a chance de se ter uma aprendizagem significativa. “A criança que tem contato com o teclado de computador já tem noção de que usamos letras para escrever, podendo até reconhecer e diferenciá-las de números, o que facilita a construção da escrita. Com intervenções dos professores, essa criança avançará facilmente no momento de escrever”, explica.
Beatriz ainda diz que não existe idade adequada para o contato inicial com o computador, mas que a prática é aconselhável a partir do momento que a criança já é capaz de manusear o teclado.
Quanto ao Paulo, ele sequer desconfia dos prós e contras causados pelo uso do computador. Porém, automaticamente, vai colher os benefícios – e malefícios – que a tecnologia proporciona.
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