Pós-maternidade

Por Francine Milene e Andressa Brunelli

A maternidade é um marco na vida de uma mulher, dizem que a experiência de se tornar mãe transforma a percepção de vida, a visão de mundo de quem a vivencia. Mas até que ponto essas transformações podem influenciar na vida profissional da mulher moderna ativa que conquistou seu espaço no mercado de trabalho? Quais as dificuldades para conciliar a maternidade com a atividade profissional?

Segundo o Artigo 392 da Lei nº 10.421, de 15 de abril de 2002, a gestante tem direito a licença maternidade de 120 dias com o pagamento do salário integral e benefícios legais a partir do oitavo mês de gestação. A ex-recepcionista Gislaine Ribeiro trabalhava em um laboratório de analises clinicas, quando engravidou.
Durante a licença maternidade ela sentiu que não poderia acompanhar momentos especiais do crescimento de sua filha e decidiu não voltar a trabalhar. "Eu vi o primeiro passinho dela, quem sabe se eu continuasse a trabalhar eu perderia isso, não sei se eu iria me perdoar por isso", explica a mãe. Na oportunidade de criar uma empresa de costura em sua casa, encontrou a possibilidade de conciliar a vontade e necessidade de trabalhar com as obrigações maternas, "eu também não saberia viver de outra forma, não saberia ficar só em casa assistindo televisão, não dá!", afirma Gislaine.

Essa situação não se repete com muitas mulheres que se vêem obrigadas a parar com suas atividades profissionais quando se tornam mães, devido as dificuldades na adaptação desta nova etapa. É o caso da atual dona de casa Verônica Maria Nascimento de Almeida, que trabalhou como secretaria administrativa em um escritório até os seis meses de gravidez, devido a transtorno durante a gestação saiu do emprego e não voltou mais a trabalhar, pois não encontrava ninguém de confiança para cuidar de seu filho Wesley, 11 anos. "Meu marido e eu decidimos que era melhor eu ficar em casa ao invés de trabalhar para pagar alguém pra ficar com ele", esclarece Verônica.

Diferente desses dois casos, vive Maria Adriana Cardoso Rodrigues de Moraes, que trabalha a 9 anos fazendo limpeza de uma loja em um shopping. Ela tem dois filhos, um de 4 e uma de 7 meses. Desde sua primeira gravidez não parou de trabalhar mesmo com a agenda apertada, com o trabalho, com os cuidados dos filhos e casa, define sua rotina como divertida, " Eu trabalho, faço ginástica, natação, aula de dança, freqüento o grupo de oração e domingo saiu para me diverti com as crianças", salienta Adriana. Quando questionada sobre a possibilidade de voltar no tempo e não continuar a trabalhar, diz que não se arrepende , pois só teve a ganhar, "estou dando mais qualidade de vida para eles, os dois estudam em escola particular, o que meus pais não puderam me dar, vou dar para eles", afirma.

Independente da classe social ou condição cultural, a mulher moderna recorre a vários meios para se adaptar as condições que lhe são impostas, seja na vida profissional ou pessoal e também na maternidade.