Mulheres possíveis


Por Rebeca Monteiro e Lucas Nogueira

Imagine uma cozinha repleta de comidas em cima da mesa, e logo em seguida dessa mesa, uma mulher vestida de um avental branco, desenhado de rosas vermelhas com um enorme sorriso no rosto e uma jarra de suco na mão, esperando você sentar-se para servi-lo.

Seria uma cena comum, que acontece em muitas casas brasileiras, mas para tudo tem uma exceção, Grazieli Pereira, 20 anos, além de cursa Logística, também faz trabalhos braçais. “Pra mim, não tem trabalho para homem ou para mulher, tem trabalho pra quem não tem medo e quer trabalhar”.

Os homens dominaram o mercado de trabalho por muito tempo, mas no século XXI é cada vez mais natural encontrar mulheres em diferentes áreas de atuação. “Na minha sala da faculdade estuda eu e mais 4 amigas, no total de 5 meninas apenas. Os demais 34 alunos são homens”, afirma a universitária Letícia Silva, 20 anos, que cursa o terceiro ano da faculdade de Sistemas de Informação da Unitau. Para quem leu essas duas histórias, não imagina que foi a apenas 76 anos atrás, que a mulher brasileira ganhou o direito de votar nas eleições nacionais.

Tal direito foi obtido pelo Código Eleitoral Provisório no dia 24 de fevereiro de 1932, mesmo assim essa conquista não foi completa, apenas mulheres casadas autorizadas por seus maridos poderiam votar, além de viúvas ou solteiras com renda própria. Só no ano de 1946 que o voto feminino passou a ser obrigatório sem nenhum tipo de restrição.

Em 1928 foi escolhida a primeira mulher para ocupar um cargo eletivo no estado do Rio Grande do Norte, Alzira Soriano, eleita prefeita de Lajes, mas logo em seguida a Comissão de Poder do Senado anulou os votos das mulheres, fazendo assim Alzira sair do poder. Em 1933 Carlota Pereira de Queiroz foi a primeira mulher a votar e ser eleita Deputada Federal.
Mas o que será que os homens pensam em relação as mulheres que batalham pela sua independência e, consequentemente, assumem lugares no mercado de trabalho que antes apenas eram realizados pelo “poderio” masculino.

“Vivemos em um país democrático. Ontem mesmo vi uma mulher no ring de boxe, e se olhar em outro lugar vemos elas presentes nos escritórios, nas fábricas em qualquer lugar”, ressalta o comerciante José Luiz Cursino.