Depois de várias cidades da região sofrerem com as epidemias de dengue, este ano foi a vez de Taubaté. O município já registrou mais de 4.200 notificações da doença e tenta, através de campanhas, eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti.
Uma das principais causas da proliferação da dengue em Taubaté, segundo os moradores, é o fato da prefeitura ter deixado para tomar providencias apenas quando a situação já estava fora de controle.
De acordo com a moradora do bairro Vila São José, Cristiane Taschetto, há tempos ela vem informando a prefeitura sobre os possíveis focos da doença em uma praça localizada em seu bairro. “Vejo crescer a cada dia o mato e os focos de proliferação de bichos e animais peçonhentos nas praças e calçadas da cidade. Há vários meses venho informando a prefeitura sobre a situação e apenas agora que a cidade vive uma epidemia de dengue vejo que soluções estão sendo tomadas. Talvez esse caos não tivesse acontecido se medidas preventivas fossem tomadas antes”, analisa Cristiane. Uma moradora do Parque Três Marias também afirma ter noticiado a prefeitura sobre um terreno que virou lixão no bairro. “Próximo a minha casa existe um terreno da empresa Light e há seis meses o lugar está tomado pelo lixo. Estão sendo depositado no local entulho e até móveis, tornando o espaço um verdadeiro lixão a céu aberto. Essa situação acaba aumentando o risco de doenças e vem deixando os moradores desesperados, levando em conta a epidemia de dengue que está tendo na cidade. A prefeitura foi avisada, mas não tomou nenhuma providencia”, explica Vanessa, dona de casa.
Segundo o prefeito Roberto Peixoto, a vigilância epidemiológica do município tem intensificado uma grande campanha de combate a dengue. “Além da campanha de conscientização, outras medidas estão sendo tomadas. Um caminhão percorre as ruas da cidade recolhendo os materiais que a população retirou de casa e também, desde a última segunda-feira, a Secretaria de Estado da Saúde realiza uma grande operação de nebulização (inseticida em forma de fumaça) que deve durar 15 dias. Ao todo 4,8 mil imóveis deverão receber a nebulização”, afirma o prefeito, que atribui a epidemia a falta de conscientização da população.
Desde o dia 24 de abril, o Departamento de Saúde de Taubaté suspendeu a execução dos exames sorológicos (que diagnostica a dengue) para não sobrecarregar o Instituto Adolfo Lutz, uma vez que a cidade já vive uma epidemia. Todos os casos suspeitos são tratados como dengue.