Uma das principais modalidades da história do país deixa Paris sem subir ao pódio pela primeira vez em 32 anos
Por Fernanda Gaspar (*)
| Paris foi a terceira Olimpíada da dupla bicampeã Martine Grael e Kahena Kunze (Foto: Wander Roberto/COB) |
Responsável por 19 medalhas olímpicas para o Brasil, a Vela terminou os jogos de Paris 2024 sem representantes brasileiros no pódio pela primeira vez desde 1992, em Barcelona.
No total são oito ouros, três pratas e oito bronzes do Brasil na Vela, que chegou aos Jogos Olímpicos deste ano com expectativa de ver os números aumentarem, mas, ao invés disso, ficou zerada. E, sem novas conquistas, a modalidade passou de segunda para terceira que mais rendeu medalhas ao país em Olimpíadas (19), sendo superada pelo Atletismo (21) após a medalha de prata de Caio Bonfim na Marcha Atlética e o bronze de Alisson dos Santos nos 400m com barreiras.
Em Paris, a modalidade contou com a disputa de dez categorias, com participação do Brasil em oito delas. Apesar dos 12 brasileiros participantes, as chances reais de medalhas eram consideradas mais baixas do que em outras edições. A dupla Martine Grael e Kahena Kunze, bicampeã olímpica (Rio 2016 e Tóquio 2020) na categoria 49erFX, passou pelo atual ciclo sem nenhuma medalha nos três últimos campeonatos mundiais disputados. Além disso, dos demais atletas, apenas Matheus Isaac e Bruno Lobo estão entre os 16 melhores do mundo em suas categorias.
Confira a lista completa dos veleiros brasileiros desta edição olímpica:
- Martine Grael e Kahena Kunze (Classe 49erFX)
- Bruno Lobo (Fórmula Kite)
- Mateus Isaac (IQFoil)
- Marco Grael e Gabriel Simões (49er)
- Gabriella Kidd (ILCA6)
- Bruno Fontes (ILCA 7)
- João Siemsen e Marina Mariutti (NACRA 17)
- Henrique Haddad e Isabel Swan (470)
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Delegação brasileira da Vela reunida em Paris (Foto: Divulgação / COB) |
Nas fases classificatórias de Paris 2024, em suas respectivas categorias, Mateus Isaac obteve a 16ª posição; Marco Grael e Gabriel Simões conseguiram a 19ª; e Bruno Fontes foi o 28º. Bruno Lobo, na Fórmula Kite, chegou à semifinal, mas acabou ficando em 7º lugar geral, sem chegar na disputa de medalha. Já entre as mulheres, Gabriela Kidd terminou na 33ª colocação.
Nas categorias NACRA 17, 470 e Classe 49erFX tivemos duplas brasileiras nas Medal Race, porém, já chegaram sem chances concretas de subir ao pódio devido às somatórias de notas anteriores. João Siemsen e Marina Mariutti terminaram na 9º colocação geral; Henrique Haddad e Isabel Swan ficaram na 10º e última posição; e as bicampeãs Martine Grael e Kahena Kunze, maiores esperanças brasileiras na modalidade, amarguraram o 8º lugar, encerrando a terceira Olimpíada da dupla – e a primeira fora do pódio.
"Tivemos duas excelentes surpresas com o Nacra e 470, entrando para a regata no final. Então acho que esse foi o lado bom. Agora, o nosso próximo desafio é aumentar o número de atletas se identificando com a vela olímpica no Brasil", afirmou Torben Grael, velejador dono de cinco medalhas olímpicas, que, até esta edição, estava no topo da lista dos maiores medalhistas brasileiros ao lado do também velejador Robert Scheidt.
Os próximos Jogos Olímpicos serão realizados em Los Angeles, em 2028. O Brasil espera recolocar os ventos no lugar e voltar ao pódio na edição, já que é o 11º país com mais medalhas olímpicas na história da modalidade.
(*) Sob supervisão e edição do prof. es. Caíque Toledo
