Acessibilidade: as cidades estão preparadas para lidar com PCDs?

Pessoas com deficiência sempre denunciam a falta de acessibilidade nas cidades, mas o que falta para as cidades de adaptarem?


Isabela Rodrigues

Viver uma vida numa cidade não é uma dificuldade para as pessoas. A locomoção é um direito constitucional previsto no artigo 5º, inciso XV da Constituição Federal de 1989 e é descrita da seguinte forma "É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou sair com seus bens". Assim, é subtendido que todo cidadão brasileiro tem direito de se locomover de forma livre nas ruas, praças, nos lugares públicos, sem medo de ser livre.

Parece um direito simples e fácil de ser respeitado, mas quando se tem alguma dificuldade de locomoção, esse direito pode ser cessado. No Brasil, mais de 17 milhões de pessoas tem alguma deficiência. Conviver com uma limitação física não é fácil, as cidades não tem a acessibilidade necessária para que essas pessoas tenham seus direitos respeitados. 

Será que a cidade de Taubaté está preparada para lidar com a acessibilidade? Nessa reportagem especial, falaremos sobre a situação da acessibilidade em Taubaté e história de pessoas que enfrentaram dificuldade de locomoção na cidade.

De acordo com o site "Significados", a acessibilidade é aquilo que é atingível, que tem acesso fácil.  Ela é uma preocupação constante da arquitetura e urbanismo. Está ligada ao fornecimento de condições às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, para a utilização com segurança e autonomia, os espaços públicos e coletivos.

Ademir Pereira dos Santos é professor no Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Taubaté e explica como deve-se pensar a acessibilidade. "Nós devemos ver a questão da acessibilidade não só como uma questão de transporte, de deslocamento em si, mas, em se tratando de pessoas, o direito à cidadania. Então a mobilidade se refere no direito de se locomover na cidade, nos espaços públicos, nos serviços urbanos e principalmente a dimensão cultural da cidade, o ir e vir não é só uma questão associada abstratamente a direito, mas ir ao cinema e ao teatro, ir ao parque, ir à escola, ir ao hospital", diz o professor.

"Em Taubaté, demos um passo atrás. pois o plano da gestão anterior foi feito sem pesquisa, sem fundamentação, sem uma justificativa. A tradição autoritária no Brasil é muito forte no exercício do poder de uma maneira distópica, então se acredita que as autoridades buscam fazer o melhor, mas sem a consulta a população. Nós temos o plano de mobilidade, uma agenda e uma pauta na cidade, mas em Taubaté se trata desse assunto através do recapeamento da via. Reestruturou-se algumas via e se estruturou um sistema de transporte confuso, onde ninguém sabe de onde vai e para onde vai. Então, se tem o não acesso de parte considerável da população aos seus direitos, além de um monopólio do carro no espaço público, já que não se respeita faixas de pedestres" completa Ademir.



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Para ler a reportagem "Batalhas da vida: encarando a falta de acessibilidade de perto", clique aqui.
Para ler a reportagem "As dificuldades das pessoas que necessitam de acessibilidade", clique aqui