De repente pandemia: a adaptação para ficar em casa

por Vinicius Assis

O avanço do número de casos de Covid-19 no Brasil e principalmente no Vale do Paraíba mudaram muito a rotina de todos. Empresas tomaram a decisão de suspender as atividades presenciais e dar início ao home office, o que representa segurança e até conforto ao servidor durante a pandemia. O problema é se adaptar aos problemas que trabalhar em casa pode trazer.

Apesar do home office não ser novidade, o cenário atual faz com que esta forma de trabalho apresente características diferentes. Os aspectos emocionais como medo, ansiedade e tristeza gerados pela pandemia também tornam este momento bastante atípico. Basicamente trabalhar remotamente em meio a esta pandemia tem afetado as pessoas de formas ainda desconhecidas.

Crises de ansiedade, medo, choro, bloqueios mentais, queda na produtividade e vários problemas emocionais se tornaram comum na pandemia. Desde março, este aspirante a jornalismo que vos fala experimentou pelo menos um pouco de cada um desses sentimentos citados. Se acostumar não é fácil, entender o que está acontecendo mundo a fora também não e se torna mais difícil a cada dia.

Talvez o maior problema não seja só as crises, mas entender que tudo isso vai passar. Como o dito popular nos fala “não há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe”. Eu e muitas outras pessoas que estão nesse novo sistema precisam se adaptar e buscar conhecer a si próprio durante a pandemia. É normal chorar, sentir medo e ter crises, mas não pode ser normal querer que tudo isso mude sem tomar nenhuma atitude.

Assim como muitos, busquei meios que sejam reconfortantes durante os medos e as crises. Músicas animadas, séries divertidas, orações e até notícias sobre a história foram os meios que encontrei para me acalmar. Acho que agora sei que tudo isso vai passar, talvez demore, mas vai passar. Hoje ficar trancado em casa me parece tão ruim quanto nos primeiros dias. Como um bom amante de fatos irrelevantes, mais do nunca assisti documentários, séries sobre história e também virei fã, do até então um ilustre site desconhecido, Aventuras na História. Para muitos não são hábitos de um jovem de 18 anos, mas foi a forma que encontrei para passar o tempo durante a quarentena.

Não posso me esquecer do futebol que, sem dúvida alguma, é uma das coisas que mais está me fazendo falta durante a pandemia. Ainda assim, alguns campeonatos desconhecidos não pararam e eu, como um amante do esporte, busquei meios de assistir os jogos de lugares pouco conhecidos. Assisti jogos de Belarus, Burundi e até da Nicarágua, esse último foi o que mais me ajudou, através dele conheci um ex-jogador do São José E.C. que, em uma entrevista, me rendeu uma boa pauta para o estágio.

Nesses quase três meses de quarentena aprendi que tudo tem seu lado bom e ruim, basta escolher qual prisma olhar. É impossível alguém que trabalha com notícias ignorar o cenário devastador atual, mas aprendi que se eu não consigo fazer algo para mudar, não devo me preocupar. E caso eu possa ajudar, devo fazê-lo o mais rápido possível. Tudo passa.