Batman de Taubaté permanece investindo na personagem, mas dessa vez, longe dos holofotes
Sem a fantasia, é André Luiz Nunes Pinheiro. Andy, para os íntimos. Diretamente da mesma cidade da famosa grávida, o Batman de Taubaté fez sucesso e colocou o município de quase 300 mil habitantes novamente nos jornais em 2012. Muito diferente do que pensam, apesar de parecer um tanto quanto carnavalesco, o militar aposentado, carioca da gema e taubateano de coração, pôde dizer em redes regionais, nacionais e até internacionais a respeito do seu comprometimento e da seriedade com que lidou e ainda lida com as causas sociais através do seu trabalho como cosplayer.
por Jaíne Monteiro
Tal fama foi gerada através da divulgação do projeto Movimento Pela Paz, realizado pela Polícia Militar e outras entidades de Taubaté, sem nenhum viés político ou econômico, que na época, visava chamar a atenção de crianças e jovens em situação de risco para o investimento na educação, cultura, cidadania e demais projetos que pudessem afastá-los do envolvimento com as drogas e o crime em algumas regiões consideradas carentes da cidade. Devido às eleições em 2014, o projeto foi
paralisado e hoje, três anos depois, Andy diz com convicção que seu objetivo foi alcançado com muito êxito. Nunca plantou uma árvore, mas garante que distribuiu muitas sementes por aí. “Se com o meu trabalho e a minha presença uma criança saiu da vida do crime ou não ingressou nessa vida, já valeu todo o esforço, sem dúvida nenhuma. Se com a arte eu posso convencer um jovem a não seguir um caminho ‘torto’, então o meu trabalho valeu a pena”, conta. “O artista tem essa ferramenta pra se expressar e poder levar sua mensagem até as pessoas e acho que hoje, o que mais falta nas pessoas é a conscientização”, completa. Tudo começou em 2007, quando, por acaso, descobriu um site que vendia roupas de super-heróis. Comprou um exemplar justamente por ser tão fascinado nos quadrinhos, montou um álbum com fotografias próprias de cosplay na extinta rede social Orkut, onde foi encontrado por um interessado pelos temas e através disso, se tornou um dos percussores do cosplay do gênero nos eventos considerados de cultura geek. E nunca mais parou. Conforme os anos se passavam, ia adquirindo novas roupas, até mesmo de outros super-heróis, até construir o acervo que hoje conta com cerca de 10 peças, que foram trocadas ao longo do tempo devido ao desgaste. Desde os sete anos sendo “estragado” pela avó, Andy, como prefere ser chamado, conta que seu fascínio pela leitura começou com as histórias em quadrinhos. Era um doce aqui, outro ali e junto, sempre tinha uma revistinha. A primeira, do Homem Aranha, foi a porta de entrada para leituras mais fortes.
Colecionou durante toda a vida, seu acervo atual conta com cerca de 200 exemplares, mas resolveu parar porque hoje não surte o mesmo efeito. “Eu acho que perdeu a essência, sabe? Fiquei meio desgostoso”, lamenta. Mas o cosplay foi apenas consequência em sua vida. Com 29 anos, André entrou no serviço militar. Permaneceu três anos no colégio naval, fez todos os processos até se tornar oficial. Após o falecimento da mãe causado por um câncer logo no primeiro mês de estadia, se sentiu motivado a continuar os estudos na Marinha, apesar das dificuldades. Lembra com carinho do orgulho da mãe em vê-lo ingressar em uma carreira promissora. Por ela e pelo pai, hoje também falecido, persistiu. Olha para os lados da sala de aula da Escola de Artes como se pudesse vê-los também, como se, através das pinturas expostas nas quatro paredes da sala pudessem transmitir positividade. É exatamente assim que ele se diz; Se emociona todas as vezes que as lembranças vêm à tona. Continua falando que, se não fosse essa força, não teria segurança para viver da arte atualmente. “Tudo é aprendizado e, se eu sou a pessoa que sou, se eu posso almejar fazer alguma coisa hoje, eu agradeço primeiramente à Deus, depois aos meus pais e à Marinha, porque tudo isso me permitiu estar fazendo o que eu gosto atualmente”, relata. Atualmente, com 55 anos, estudante de teatro na Escola de Artes Fêgo Camargo e prestes a tornar-se técnico em Artes Cênicas, ele pensa em aperfeiçoar ainda mais suas performances para continuar cumprindo suas missões como Batman, que trouxe outras reflexões sobre as causas sociais que ele continua levando para a vida e pretende fazer o teatro uma luz na escuridão dos problemas do mundo. “O Movimento pela Paz me ajudou a estar mais ligado nas causas sociais e é pra isso que trabalho hoje”, conta. Não consegue separar quem é quem. Sem a roupa do morcego mais famoso do mundo, continua com a ânsia pela justiça. “Essa reflexão sobre quem eu seria se não tivesse o Batman na minha vida me daria uma boa peça de teatro!”, descontrai. “Valeu a pena!”, termina com um largo sorriso no rosto.
paralisado e hoje, três anos depois, Andy diz com convicção que seu objetivo foi alcançado com muito êxito. Nunca plantou uma árvore, mas garante que distribuiu muitas sementes por aí. “Se com o meu trabalho e a minha presença uma criança saiu da vida do crime ou não ingressou nessa vida, já valeu todo o esforço, sem dúvida nenhuma. Se com a arte eu posso convencer um jovem a não seguir um caminho ‘torto’, então o meu trabalho valeu a pena”, conta. “O artista tem essa ferramenta pra se expressar e poder levar sua mensagem até as pessoas e acho que hoje, o que mais falta nas pessoas é a conscientização”, completa. Tudo começou em 2007, quando, por acaso, descobriu um site que vendia roupas de super-heróis. Comprou um exemplar justamente por ser tão fascinado nos quadrinhos, montou um álbum com fotografias próprias de cosplay na extinta rede social Orkut, onde foi encontrado por um interessado pelos temas e através disso, se tornou um dos percussores do cosplay do gênero nos eventos considerados de cultura geek. E nunca mais parou. Conforme os anos se passavam, ia adquirindo novas roupas, até mesmo de outros super-heróis, até construir o acervo que hoje conta com cerca de 10 peças, que foram trocadas ao longo do tempo devido ao desgaste. Desde os sete anos sendo “estragado” pela avó, Andy, como prefere ser chamado, conta que seu fascínio pela leitura começou com as histórias em quadrinhos. Era um doce aqui, outro ali e junto, sempre tinha uma revistinha. A primeira, do Homem Aranha, foi a porta de entrada para leituras mais fortes.
Colecionou durante toda a vida, seu acervo atual conta com cerca de 200 exemplares, mas resolveu parar porque hoje não surte o mesmo efeito. “Eu acho que perdeu a essência, sabe? Fiquei meio desgostoso”, lamenta. Mas o cosplay foi apenas consequência em sua vida. Com 29 anos, André entrou no serviço militar. Permaneceu três anos no colégio naval, fez todos os processos até se tornar oficial. Após o falecimento da mãe causado por um câncer logo no primeiro mês de estadia, se sentiu motivado a continuar os estudos na Marinha, apesar das dificuldades. Lembra com carinho do orgulho da mãe em vê-lo ingressar em uma carreira promissora. Por ela e pelo pai, hoje também falecido, persistiu. Olha para os lados da sala de aula da Escola de Artes como se pudesse vê-los também, como se, através das pinturas expostas nas quatro paredes da sala pudessem transmitir positividade. É exatamente assim que ele se diz; Se emociona todas as vezes que as lembranças vêm à tona. Continua falando que, se não fosse essa força, não teria segurança para viver da arte atualmente. “Tudo é aprendizado e, se eu sou a pessoa que sou, se eu posso almejar fazer alguma coisa hoje, eu agradeço primeiramente à Deus, depois aos meus pais e à Marinha, porque tudo isso me permitiu estar fazendo o que eu gosto atualmente”, relata. Atualmente, com 55 anos, estudante de teatro na Escola de Artes Fêgo Camargo e prestes a tornar-se técnico em Artes Cênicas, ele pensa em aperfeiçoar ainda mais suas performances para continuar cumprindo suas missões como Batman, que trouxe outras reflexões sobre as causas sociais que ele continua levando para a vida e pretende fazer o teatro uma luz na escuridão dos problemas do mundo. “O Movimento pela Paz me ajudou a estar mais ligado nas causas sociais e é pra isso que trabalho hoje”, conta. Não consegue separar quem é quem. Sem a roupa do morcego mais famoso do mundo, continua com a ânsia pela justiça. “Essa reflexão sobre quem eu seria se não tivesse o Batman na minha vida me daria uma boa peça de teatro!”, descontrai. “Valeu a pena!”, termina com um largo sorriso no rosto.


