Professor ensina capoeira há mais de quinze anos em base militar de São José dos Campos

Feliz com o seu trabalho, o professor Rico cobra a capoeira como modalidade olímpica  e revela sua grande inspiração no esporte

Sempre com o sorriso no rosto e com boas histórias, este é Luiz Henrique Gonzaga da Silva, mais conhecido como Rico da Capoeira, professor de capoeira há mais de 15 anos, na base militar do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aerospacial).

Por Danilo Alvim

O professor de capoeira Luiz Henrique Gonzaga da Silva, mais conhecido como Rico da Capoeira, dá aula há mais de quinze anos no clube Cassino dos Sargentos, localizado na base militar do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aerospacial), em São José dos Campos. Com muita experiência e sabedoria no esporte, que pratica desde a infância, ele guarda com carinho as lembranças das longas tardes de capoeira no bairro humilde, em que morava na cidade de Feira de Santana, na Bahia, sua cidade natal .

Apaixonado pelo que faz o professor conta que começou a praticar capoeira desde os 11 anos e de lá pra cá não largou mais. Muito feliz com valorização do esporte entre os jovens no país, o professor revela que a  grande inspiração para sua profissão é o mestre Lobão, capoeirista famoso, responsável por fundar a primeira academia de capoeira no Vale do Paraíba, cuja academia, Rico passou a frequentar durante  mais de 10 anos.  "A capoeira é mais que um esporte é um estilo de vida. Vivo a capoeira como a paixão da minha vida".

O professor lembra com orgulho da sua profissão e do quanto representa a capoeira em sua vida. Ele ressalta "respeito acima de tudo" como sendo um dos princípios básicos do esporte, que procura sempre passar aos alunos que pretendem levar a capoeira adiante na vida.

Para o professor, a capoeira já teria que estar inserida como modalidade olímpica há muito tempo. Ele lembra que os jogos regionais já existem e que esperava maior reconhecimento por parte do COI (Comitê Olímpico Internacional),  para que a capoeira já se tornasse uma modalidade olímpica nas Olimpíadas do Rio de Janeiro este ano.  "Vão esperar o americano ficar bom para colocar nas olimpíadas?", questiona Rico.

Prestes a completar 58 anos, Rico tem uma saúde de despertar inveja em qualquer garoto. Às terças e quintas-feiras, após  as aulas de capoeira, ele ainda joga três horas de futebol de campo no clube dos Oficiais do DCTA. Para compensar os dias em que não há futebol, Rico faz natação três vezes na semana.  Após um dia recheado de esportes, com direito a aula de capoeira quase todo o dia e uma partida de futebol, ele ainda diz animado que está pronto para mais uma partida e brinca "Já acabou?"

Muito importante na cultura e na história do brasileiro, a capoeira alia dança, ginga e musicalidade. O professor Luiz fez questão de esclarecer a essência do esporte para quem não conhece muito bem. Segundo ele, muitas pessoas tratam a capoeira apenas como dança, para ele é uma arte marcial diferenciada.

As aulas de capoeira do professor Rico são realizadas às segundas e quarta-feiras, pelas manhãs as aulas vão das 7h às 9h e pela tarde elas acontecem das 15h às 17 h, no clube Cassino dos Sargentos, dentro da vila militar do DCTA em São José dos Campos. As turmas da manhã já atingiram o número máximo de 30 alunos.   Simpático e sorridente, Rico conta que é um professor muito querido por seus alunos e que sempre recebe convites para as festas de aniversário dos estudantes. Nestas ocasiões é sempre convidado para fazer uma demonstração daquilo que sabe de melhor da capoeira. Os convidados, é claro, apreciam muito a palhinha.