Helena diz que sempre freqüentou igrejas católicas da
região e que desde criança se envolve com as atividades da igreja
Por Lucas Tavares
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| Foto: Arquivo Pessoal |
Helena voltou para Lagoinha e aprendeu a costurar, mas
não era o seu desejo. A vontade dela, na verdade, era ser cabeleireira. O pai,
entretanto, dizia que ser costureira daria mais futuro do que mexer com o
cabelo dos outros. E isso mexeu com a cabeça dela. Tempos depois e com
influência do pai, que tinha uma esposa costureira, Dona Helena começou a
costurar e fazer bordados, mas não fez disso uma profissão para a vida toda. O
tempo passou e no ano de 1953, aos 21 anos de idade, ela chegou à Taubaté, onde
vive até hoje. Na cidade, conheceu João Evangelista dos Santos, conhecido pelo
apelido de João “Vermeio”, um ex-policial rodoviário. Tempos depois, casaram-se
no dia 16 de julho daquele mesmo ano. Helena conviveu com João por mais de 50
anos e, juntos, tiveram seis filhos, sendo quatro homens e duas mulheres. Naquela
altura, Helena já dominava a costura, porém, abriu mão de costurar,
temporariamente, para cuidar dos filhos e voltou a trabalhar como costureira
quando sua primeira filha tinha 15 anos. Na antiga Rua do Café, em Taubaté, lá
estava ela. Trabalhou durante dois anos na loja de confecções do Sr. Adalto, a
Confecções Joá. Depois disso, “aposentou-se” definitivamente do mundo da
costura.
Costurando ou não, o fato é que a “Vó” Helena, desde
criança, sempre foi uma pessoa religiosa e que sempre gostou de se envolver nos
eventos das igrejas católicas que freqüentava. Começou a participar de grupos
de irmandades dessas igrejas e, com quase 40 anos, ela ingressou na Irmandade
do Santíssimo, onde participa até hoje no Santuário da Santa Terezinha, lugar
onde ela freqüenta as missas todas as quintas-feiras de manhã. Além disso, no
tempo livre, Dona Helena gosta de fazer bordados – desta vez como um hobbie – e
escrever, sejam receitas de salgados que adora fazer ou outros quitutes, mas
principalmente de escrever o “santo do dia” que assiste pela TV. Seja qual for
a atividade, ela não gosta de ficar parada.
E isso surgiu desde muito cedo. Dona Helena sempre gostou
de passear e costumava viajar com a família para a sua terra natal, São Luiz do
Paraitinga, e principalmente para as cidades litorâneas da região, como
Caraguatatuba e Ubatuba; essa última, segundo ela, ia quase todo final de
semana. Além das cidades da região do Vale do Paraíba, ela também já visitou
outras cidades como Poços de Caldas, Caxambu, São Lourenço e conta que cada
visita à essas cidades foi uma experiência diferente. Entretanto, a mais longa
viagem da sua vida foi para a cidade de Miami, nos Estados Unidos, onde
visitou, por três vezes, o filho que vive lá. Para ela, foi uma sensação muito
boa poder conhecer outro país e ela garante que não sentiu medo em nenhum
momento ao andar de avião.
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| Dona Helena e os netos (Foto: Arquivo Pessoal) |
A religiosidade de Dona Helena está estampada até quando
falamos de suas viagens. Entre as viagens que fez, ela conta que recentemente
pretendia viajar com a igreja para uma cidade do interior de Goiás, porém
desistiu, após saber que teria que enfrentar 12 horas de viagem dentro de um
ônibus. Ao perguntar sobre qual cidade gostaria de visitar, ela responde
diretamente: “Rio de Janeiro. Para conhecer o Cristo, o Corcovado. Mas isso
antigamente, agora, pela violência, não tenho mais vontade”.
Seja como esposa, mãe ou avó, Dona Helena sempre trouxe
parte de sua educação religiosa para o lar e para as pessoas com as quais conviveu e
convive até os dias atuais. Segundo ela, a coisa mais importante da sua vida é a
família. A gentileza, alegria e amor com que trata os filhos e os netos (6 ao
todo), demonstram o amor fraternal aprendido durante a sua longa jornada de
mais de 80 anos, sendo uma pessoa religiosa e amável.


