O Brasil além do pódio: mesmo com menos medalhas, país conquista resultados expressivos em Paris

 Brasil teve 14 atletas medalhistas, do total de 277 atletas classificados para a competição

Por Isabela Vieira (*)

Hugo Calderano na disputa do tênis de mesa masculino (Foto: Luiza Moraes / COB)

O Brasil finalizou a participação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 com o total de 20 medalhas, sendo três de ouro, sete de prata e dez de bronze, ocupando a 20ª posição no ranking disputado entre mais de 80 países. Apesar de não ter superado o desempenho histórico alcançado em Tóquio, com a 12ª colocação geral, o país se destacou por outros feitos que vão além das medalhas. 

No tênis de mesa, por exemplo, Hugo Calderano se tornou o primeiro não-europeu e não-asiático a alcançar a semifinal de uma Olimpíada. Em Tóquio, ele havia chegado até as quartas de final, sendo derrotado pelo alemão Dimitrij Ovtcharov. 

Em entrevista após o revés nas semis em Paris (Hugo ainda disputou a medalha de bronze, mas acabou em quarto lugar), o atleta falou sobre as expectativas para o futuro dentro das competições. “Com certeza vou voltar e tentar de novo, não tem outra alternativa. Ainda tenho muito tempo pela frente, estou começando a evoluir bastante, constantemente, então podem ter certeza que vou continuar”, afirmou, destacando o resultado histórico para o país.

Ana Sátila por pouco não ficou com medalha, mas conquistou colocação histórica para o Brasil (Foto: COB)

Além de Hugo, outros brasileiros registraram campanhas de destaque para nossa história olímpica. Na despedida de Marta da Seleção, o Brasil se tornou o único país a ganhar pelo menos uma medalha no futebol em todas as edições dos Jogos Olímpicos desde 1996, quando a competição passou a ser disputada por homens e mulheres.

No surfe, Gabriel Medina não conseguiu repetir o ouro de Ítalo Ferreira em Tóquio, ficando com a medalha de bronze, mas foi o responsável pela maior nota da história da modalidade como esporte olímpico. O atleta garantiu 9,9 nas oitavas de final após ultrapassar um tubo quase perfeito.

Ainda na água, outros nomes que ficaram bem conhecidos pelo público também tiveram resultados de destaque. Ana Sátila, que esbanjou carisma e resiliência em diversas disputas na canoagem, ficou em quarto lugar na categoria slalom, um recorde brasileiro. E na piscina, Guilherme Costa, apelidado de “Cachorrão”, ficou em 5º lugar na final dos 400m livre, alcançando o recorde pan-americano da prova: 3m42s76.


Confira brasileiros que conseguiram marcas importantes, além dos medalhistas:

Barbara Domingos

Primeira brasileira a disputar a final individual da ginástica rítmica

Dora Varella

Ficou em 4º lugar no Skate Park feminino, melhor posição desde o início da modalidade olímpica, em Tóquio

Fernando Ferreira

Foi apenas o quarto brasileiro na história a disputar o Decatlo, e terminou em 14º

Giullia Penalber

Responsável pelo melhor resultado do Brasil no Wrestling olímpico, ficando na 5ª colocação

Gustavo ‘Bala Loka’

Foi 6º na final do BMX, melhor posição de um brasileiro na história em todas as modalidades do ciclismo

Juliana Viana

Conquistou a primeira vitória de uma mulher brasileira na história do Badminton olímpico

Luiz Maurício

Primeiro brasileiro a disputar a final do Lançamento de Dardo desde 1932

Miguel Hidalgo

Primeiro brasileiro a terminar o Triatlo no Top10

Rayan Dutra e Camilla Gomes

Pela primeira vez o Brasil teve representantes masculino e feminino na ginástica de trampolim

Valdenice Conceição

Se tornou a primeira brasileira a competir na canoa

Valdileia Martins

Chegou a final do Salto em Altura e atingiu 1,92m, batendo o recorde brasileiro

Levantamento: @aembaixada 



A participação desses e muitos outros atletas movimentaram o país, aumentando as expectativas para a atuação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, que conta com  279 atletas brasileiros disputando em 20 das 22 modalidades do programa dos Jogos. O país ficou de fora apenas do basquete e do rúgbi, ambos em cadeira de rodas, e, apesar do menor número de medalhas na Olimpíada e do amplo debate sobre dificuldades de estrutura e investimento, os exemplos ajudam a mostrar o potencial de talentos do Brasil.

(*) Sob supervisão e edição do prof. es. Caíque Toledo